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Ruby narrando

Sentei-me na cadeira novamente, abrindo o notebook com um suspiro cansado. Meus olhos percorreram a tela, buscando o ponto onde havia parado anteriormente. Encontrei a frase que tanto me intrigava, e senti um peso familiar se instalar em meu peito:

"Eu não queria amá-lo, mas tampouco suportava a ideia de apagá-lo do meu coração. Queria fugir de seus braços, mas minha alma insistia em permanecer ancorada no desejo de tê-lo..."

Recostei-me na cadeira, deixando que minhas costas afundassem no estofado macio. Meu olhar permaneceu fixo na tela, as palavras dançando diante de meus olhos como pequenas chamas

Enquanto isso, meus dedos inquietos encontraram uma caneta próxima, girando-a distraidamente entre os dedos. O movimento repetitivo parecia acalmar meus pensamentos agitados, enquanto eu me perdia nas profundezas das palavras à minha frente

Eu fechei o notebook com um suspiro pesado, passando as mãos pelos cabelos em um gesto de frustração. As palavras que havia lido ainda ecoavam em minha mente, mas eu sabia que precisava me concentrar em outra coisa, algo mais concreto e menos emocionalmente carregado

Meus olhos vagaram pela mesa, pousando em uma pilha de papéis que aguardavam minha atenção. Com um movimento deliberado, estendi a mão e peguei a primeira pasta. Ao abri-la, reconheci imediatamente os formulários familiares - eram os documentos relacionados aos serviços de porte de armas

Folheando as páginas, comecei a examinar minuciosamente cada detalhe. Os nomes, as datas, as justificativas apresentadas - tudo exigia minha total concentração. Era um trabalho meticuloso, mas necessário, e eu me agarrei a ele como uma âncora, permitindo que os detalhes técnicos afastassem temporariamente os pensamentos perturbadores que ameaçavam me consumir

Conforme as horas se arrastavam, senti o peso do cansaço se acumulando em meus ombros. Meus olhos ardiam de tanto fixar nos papéis e meus dedos doíam de tanto escrever. Finalmente, deixei escapar um suspiro profundo e exausto, reconhecendo que havia chegado ao meu limite

-Chega por hoje -Murmurei para mim mesma, esfregando os olhos cansados. Com movimentos lentos e deliberados, comecei a organizar meticulosamente os papéis espalhados pela mesa. Cada documento encontrou seu lugar adequado, cada pasta foi fechada com cuidado

Levantei-me da cadeira, sentindo meus músculos protestarem após horas de imobilidade. Caminhei em direção à porta, meus passos ecoando no silêncio do escritório vazio

Percorri os corredores da casa, meus passos pesados refletindo meu estado de exaustão. Ao me aproximar da sala de estar, ouvi o murmúrio baixo da televisão. Parei na entrada, observando a cena diante de mim: Bill, Georg, Gustav e Tom estavam espalhados pelos sofás, seus rostos iluminados pela luz azulada da tela

-Onde está Max? -Perguntei, minha voz soando mais rouca do que eu esperava

Gustav virou-se para mim, seus olhos refletindo uma mistura de surpresa e preocupação- Ele já está dormindo

Georg inclinou-se para frente, franzindo o cenho enquanto me observava

Georg- Você sabe que horas são? -Perguntou, seu tom uma mistura de curiosidade e reprovação

-Não, não tive tempo pra olhar

Georg balançou a cabeça, sua expressão séria- São exatamente 2 da manhã -Informou, enfatizando cada palavra

-Sério? -Mantive um tom de indiferença- Nem notei o tempo passar

Senti o peso de seus olhares sobre mim. Sabia que minha aparência devia refletir as longas horas de trabalho intenso. Meu cabelo provavelmente estava desalinhado, minhas roupas amarrotadas, e podia sentir as olheiras pesadas sob meus olhos. A preocupação em seus rostos era palpável, e me senti subitamente exposta e vulnerável

For you -Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora