For you -Tom Kaulitz

115

Ruby narrando

Meus passos aceleram, mas de repente meus pés parecem grudados no chão, impossibilitando-me de continuar andando. Pensamentos sobre Max invadem minha mente, sobre todas as coisas que passamos juntos. Eu realmente deveria fazer isso? Deveria mesmo permitir que a sede de vingança me consumisse por completo? No entanto, "ele" aparece diante de mim, debaixo de um telhado, com um charuto entre os lábios

Andrea- Uah, Ruby... -Ele esboça um sorriso de canto- Você está horrível, hein?! Mas então, deu tudo certo lá na festa?

Eu permaneço imóvel, a chuva ensopando minhas roupas e cabelos, minha maquiagem completamente borrada. Por que tudo está dando tão errado? Por que preciso passar por tantas coisas? Será que isso é o preço por algo que fiz? Mas eu não sei o motivo...Minhas memórias parecem embaçadas, como um sonho distante. Tento me recompor, mas a dor no meu peito é esmagadora. Eu olho para Andrea, esperando uma resposta, mas ele apenas continua fumando, alheio ao meu tormento interior

Andrea- Aceita um guarda-chuva? -Ele caminha até mim calmamente e estende um guarda-chuva, soltando a fumaça do charuto a milímetros do meu rosto

–Você sabia de tudo? -Minha voz tremia, mas eu precisava saber a verdade

Andrea- Veio me agradecer? De nada. - Ele falou com um tom de desdém evidente, como se soubesse que eu estava prestes a confrontá-lo

–Eu também sei de tudo, Andrea… Ou devo te chamar de pai?... -Ele olhou para mim, seus olhos se arregalando de surpresa, mas logo um sorriso irônico se formando em seus lábios, como se estivesse achando graça da situação

Andrea- Tom não perdeu tempo em te contar, não é mesmo? -Sua voz estava carregada de sarcasmo, como se ele já esperasse por essa revelação

Meus olhos se arregalaram de surpresa, meu coração batendo rápido como um tambor. A revelação me deixou atônito. Então…Tom também já sabia sobre minha família o tempo todo e nunca me contou antes?

Andrea- Uh, acho que revelei algo aqui… -Ele disse, com um tom de falsa preocupação, enquanto continuava a me observar atentamente, esperando minha reação

Eu respirei fundo e comecei a falar, minha voz trêmula mas determinada -Você não tem ideia com quem você está se metendo, Andrea. Não tem a menor ideia do que sou capaz

Andrea- Ah sim, eu tenho sim. Minha querida filha, desamparada pelas mentiras da vida, pelas descobertas e decepções amorosas, tudo em um só -Ele se aproxima de mim, os olhos brilhando com uma malícia cruel- Me ouça…vá pra casa, agora

–Por que eu deveria te escutar? -Eu o encarei desafiadoramente

Andrea levantou uma sobrancelha, o sorriso dele se alargando de maneira sinistra- Hmm… vai arriscar? -Ele puxou um colar do bolso, um colar de Max. Meu coração parou por um momento- O que poderia acontecer se ele estivesse em dos lugar que você mais costuma ir?

–Seu maldito! O que você fez?? -Eu gritei, a raiva fervendo dentro de mim -Meu filho não tem culpa de nada! Ele é só uma criança, então o deixe em paz. Ele é inocente e não merece ser envolvido em problemas de adultos

Andrea- Ah, eu estou ciente disso. Mas, por ele ser uma criança, ele não merece ter uma mãe e um pai assim, não é?

–Você acha que tem moral pra falar sobre maternidade ou paternidade? Quem foi você quando minha mãe engravidou? Você não teve um pingo de compaixão! Você fez de tudo para que ela perdesse o bebê e ainda deixou a maldita da Aurora matá-la! Você nunca se importou com o bem-estar dela ou do bebê, e agora quer dar lição de moral?