Garotos cruéis! - Livro 01

37: A mesma coisa!

Enzo

Para falar a verdade, achei que ela terminaria comigo. Eu até entenderia. Não é fácil lidar com uma pessoa aos pedaços, mas ela fez. Ela junto os meus cacos com um abraço, e ela choro por mim.

Nunca falei sobre o meu passado com o Júlio. Meus antigos psicólogos tinham mente aberta e mesmo assim não conseguiram conversar comigo sobre.

Volto para o presente, o agora com ela me chamando animada. Seu gritinho enquanto vê os livros em cima da cama, me faz abrir um sorriso.

— Quanto você gasto?

— Bem pouco na verdade. — Aponto para a sacola na sua mão esquerda. Ela segura o buquê com firmeza na outra mão. — O que é isso?

— Ah, eu comprei sorvete. É melhor pôr na geladeira… — Ela olha entre a sacola e os livros, pego o sorvete da sua mão para lhe ajudar. Aurora ponhe o buquê na cama antes de anunciar. — Vamos dormir no sofá!

— Certo.

Tereza coloca apenas a cabeça na porta:
— Surpresa!

— Você não me disse nada, traíra. — Disney aponta para a amiga.

— Queria ver sua cara de bunda! — Aurora mostra a língua. Tereza dá aquela risada escandalosa.

( … )

Encaro a TV enquanto a Disney faz carinho na minha cabeça. Estou sentado no chão entre as suas pernas. Tereza está roncando com a cabeça apoiada no braço do sofá.

— Bebê, acha que eu estou gorda? — Pergunta de repente.

— Não. Você só ganho peso.

Bate na minha cabeça:
— É a mesma coisa!

— Não é não. E qual é o problema? Seus peitos estão maiores e sua bunda também. — Me bate de novo, mesmo quando tento ver o lado positivo.

— Idiota! — Resmunga. — Não vou dormir com você hoje.

Viro o rosto indignado:
— Está com cólica?

— Um pouquinho.

Ela faz um biquinho, abaixando o rosto. Sua mudança de humor repentina é sempre assim. Suspiro. Pego o celular olhando a hora. Aurora morre com a dor, mas não gosta de me incomodar.

— Vou comprar remédio para você. — Levanto. — Quer mais alguma coisa?

— Trás chocolate, por favor.

Me inclino pegando ela de surpresa. Lhe beijo, Aurora me olha envergonhada:
— Compro até a loja se você pedir, amor.

Pego as chaves da moto e sai. Entro na loja de conveniência vinte e quatro horas, com as mãos nos bolsos. Já passei na farmácia. Esse lance de namorar é diferente do que você imagina. Mas acho que é assim mesmo, você só entendi de verdade na prática.

Meu terapeuta me disse para ter respeito, e cuidar dela. É o que uma pessoa faz quando gosta da outra. Faz sentido.

Paguei o chocolate. O atendente coloco em uma sacola e me entrego. Quando estou saindo, meu celular toca. Pego, atendendo sem olhar quem é.

“Alô?”

“Fala, cachorro, é o Ruan!”

Ando até o estacionamento, segurando o celular na orelha. Essa parte da cidade não tem muitos assaltos, olho para os lados do mesmo jeito.

“Melhor do que ser uma cobra.”

“Falando em cobra. Sabe do Marcos? Liguei pra você porque ele não está atendendo!”

“Sei não. Já pergunto pro Vincenty?”

“Já. Ah, droga. Aquele idiota!”

“Fala sério. Ele foi de novo?”

Suspiramos juntos. Tem um lugar que o Marcos sempre vai. O problema é que ele é um filho da mãe, e não sabe nadar.

“O cara tá achando que é o que, um peixe?”

[ … ]

Arrasto o idiota pela calçada até a garagem do Ruan, junto com o Vincenty. Marcos se debate. Fomos atrás dele ontem. Não sei como alguém tão burro da tanto trabalho.

— Me soltem. Vocês estão estragando a sola do meu tênis novo, seus cuzões!

Jogamos ele na frente do Ruan.

— Ai, pra que essa violência toda? — Resmunga, se sentando.

— Cala a porra da boca! — Vincenty está puto.

Ruan se ajoelha na frente dele:
— Você é um peixe?

Marcos abre um sorriso. Revirando os olhos. Ele pode não parecer, mas de todos ele é o mais cruel. Diabolicamente mal.

— Você vai me bater?

— Não. Ninguém vai machucar você. Eu prometi, lembra? — Ruan bagunça os cabelos ruivos. — E o que você me prometeu?

Ele abaixo a cabeça:
— Não sumir.

— Exatamente! — Toca no ombro dele. — Então me diz, você é um peixe?

— Não.

— Dá próxima chamo a namorada do Enzo! — Ameaça.

— Espera. Não precisa disso também. Ela me ameaço com uma faca da última vez. Vai saber do que ela é capaz. Prefiro apanhar do Vincenty.

Viro de costas admirando o sol. São 6hs da manhã. Vou voltar para casa e dormir. Praticamente não dormi.

***

PS: É uma série de livros. Você não precisa entender tudo agora. Mas aguenta que vai fazer sentido.