AuroraEnzo joga o papel com telefone para o amigo:
— Pra você. Do garçom ali.— Opa — Estica o pescoço um pouco olhando para o garoto servindo as mesas. — É bem gatinho…
— E a Lola? — Estreito as sobrancelhas.
— Não é nada sério. Ela só está me usando mesmo. — Dá de ombros.
Concordo. Já estou cheia, comi o hambúrguer quase todo, mas tem muita coisa nele. Não aguento mais. A Teresa teria comido dois desses.
— Vou levar um hambúrguer para a Teresa também. — Aviso. Brincando com o guardanapo, dobro tentando fazer um pássaro.
— Tá bom. — Enzo apoia a cabeça em cima da minha.
Marcos fica olhando a gente.
— Sabe uma coisa engraçada. O Enzo chama quem ele não gosta de “amigo”. E lembra quando ele acendeu um cigarro vermelho pra você?
Lembro. Foi a coisa mais maluca que já aconteceu comigo, não sabia nem o que fazer. Pisco. Dando atenção às coisas confusas que o Marcos fala.
— Sim, o que tem?
— Ele estava te protegendo. De todo mundo. Porque não tem uma alma viva na faculdade que não saiba que o Enzo nunca fico com ninguém. Para aquelas garotas isso era um desequilíbrio na vida social delas, mas a verdade é que era só inveja. Para os garotos não importava, eles só…
— Já chega, Marcos!
— É verdade?
Enzo concorda, se afastando e bagunçando os cabelos. Agora faz sentido, pelo menos um pouco. Não sabia que ele significava tanto, é quase como uma celebridade.
— Quando disse que você me pertencia, foi um aviso para todo mundo. Se mexerem com você, estariam mexendo comigo. E ninguém quer briga com o nosso grupo.
— Mas destruíram meu carro. Me ameaçaram. E vai saber se o incêndio não foi proposital. Só estou dizendo que talvez nem todos pensem assim.
Os dois se olham. Marcos puxa o meu hambúrguer inacabado, com um sorriso despreocupado:
— Não precisa se preocupar com isso. No fim vão todos se arrepender. Garotos maus tem sempre uma carta na manga.( … )
Estou bem melhor. Tento não pensar demais. Puxo o meu namorado gostoso para o estacionamento. Se estivéssemos de carro aqui seria um lugar perfeito para testar o estofamento dos bancos.
Ele se escora na moto e me puxa para um abraço onde só os seus braços estão em volta de mim.
Quebra o silêncio da noite fria:
— Sabe qual a minha cor favorita?— Preto.
— Não. A cor dos seus olhos.
Levanto a cabeça para olhar para ele. Franzindo a testa. Enzo não é exatamente romântico, ele só fala o que pensa.
— Meus olhos não tem nada demais.
— Contra a luz ficam esverdeados. De longe parece castanho. De perto uma mistura dos dois.
— Não sabia. — Penso em algo para falar também. — Sabe, meu nome não era Aurora. Era Maria. Mas a minha mãe mudo quando me adoto, eu tinha 6 anos, ela disse que eu parecia uma princesa.
— Pra mim você é a Disney. — Diz baixinho como um segredo.
Sorri de canto aproveitando o calor dos seus braços. Fecho os olhos me focando apenas nele.
— Você ainda é minha.
— Sou?
— É! — Me aperta. Sorri contra seu peito.
Me solta. Levanta os cavaletes debaixo da moto usando o pé. Dá umas palmadinhas no banco.
— Vem na frente.
Me puxa. Me ajudando a subir na moto antes dele. Enzo segura, porque meus pés não alcançam nem a marcha que dirá o chão. Me inclino com medo de cair. Ele sobe atrás, usa os pés apoiando a lataria parada, suas mãos sobem a saía do meu vestido. Ele aperta minhas coxas. Seguro firme no guidão.
— Enzo!
Inclino o pescoço para lhe dar acesso. Ele beija o lugar. Arfo. O estacionando é mal iluminado, ninguém veria a gente de longe. Mas poderíamos ser facilmente assaltados.
— Pra onde você quer ir, amor?
— Pra casa.
— Tem certeza? Não vou deixar você sair do quarto tão cedo. — Seus dentes puxam a pele e suga, provavelmente deixando um chupão.
Meu celular começa a tocar de repente. Pego o aparelho na minha bolsa. Seu corpo preciosa o meu quando ele apoia as mãos no tanque da moto. Ainda beijando meu pescoço.
Aceito a ligação. O número não é conhecido.
“Alô.”
“Oi. Você pode vir aqui?”
É a voz da Lola. Ela está chorando.
( … )
— Não precisa me esperar. Vou ver se ela está bem e…
— Vou ficar aqui.
Concordo. Deixo minha bolsa em volta do seu pescoço, e entrego a sacola com o hambúrguer da Teresa também. Ele não me deixa devolver a jaqueta, vou usando ela mesmo.
Toco a campainha.
O Enzo surge do meu lado de repente. Sigo quando uma empregada atende a porta e ela pede para segui-la. Ele vem atrás, deixo-o sentado no sofá esperando.
Acaricio seu cabelo antes de ir:
— Eu volto já, já.A empregada me leva até a última porta do segundo andar. Abro a porta e o quarto com cheiro de perfume caro em tons de salmão não me surpreende. Lola está sentada em um canto de cabeça baixa. Vou até ela e me agacho na sua frente.
Levanta o rosto. Um lado está vermelho e seus olhos inchados de chorar:
— Quem te bateu?— A namorada do papai. — Se encolhe. — Não sabia para quem ligar. O Marcos não está atendendo. Desculpe. Só fica um pouco comigo.
— Tudo bem. Que tal se eu te ajudar a tomar um banho, está com cheiro forte de bebida.
— Ela também jogo bebida em mim. Só porque o papai não está aqui. — Sinto pena dela. Mas ela vai superar.
Ajudo a garota a levantar. Ela toma banho praticamente sozinha quando lhe ajudo a entrar no box. Quando noto estou pondo ela na cama.
— É como cuidar de uma irmã mais nova.
— Obrigada… — Fecha os olhos pegando no sono. Não sei direito o que aconteceu, espero ter ajudado.
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Garotos cruéis! - Livro 01
RomanceSinopse: Os "garotos legais" ou os "reis da universidade" são um grupo de elite exclusivo. Apenas 4 garotos fazem parte. Um deles é particularmente problemático. É o amigo mais recente. Seu nome é Enzo. Você só precisa de duas coisas para fazer part...