29: Diga de novo.

3.1K 388 165
                                    


Enzo

— Seja bem vindo! — Abri um sorriso para o idiota. Estive esperando por isso durante todas as aulas, ansiosamente. Mandei várias mensagens para saber se a Disney estava bem também, não vi ela desde de cedo.

— Obrigada.

Os outros garotos alongando caem na gargalhada quando ele agradece. O tal José nem imagina o que tenho guardado para ele.

— Do que eles estão rindo?

— Nada. São assim mesmo. — Aponto para frente mudando de assunto. — Aquele é o treinador. Já falei com ele sobre você, pode ficar tranquilo.

— Nossa, não achei que faria tudo isso por mim. — Ele está confuso.

— Só quis ser legal!

O treinador apita.

— Legal? Ouviu isso? — Bato na cabeça do número 6 que se alonga no chão, pelo seu comentário.

Vamos todos para o Campo. A grama realmente não me agrada, pinica e às vezes tem formiga. O que eu não faço pela Disney? — Literalmente, qualquer coisa. Seu ex não me desce, olhar para ele é pior que olhar para uma lata de lixo.

Ficamos nas posições de sempre. Jogar em times separados é até bom. Ele não joga tão mal quanto o resto, mas não é melhor do que eu. Espero o momento certo, corro, e finjo mirar na bola. Acerto sua canela o derrubando no chão.

Se contorce de dor. Sorri.

— Foi mal, foi mal, é que eu tive um espasmo involuntário! — Estendo a mão para ajudá-lo a levantar, mudando a desculpa. Abaixo o braço antes que ele pegue a minha mão. — Lento demais. Tem que ser um pouco mais rápido pra me acompanhar.

— Você é engraçado.

— Não conto piadas!

Analiso seus movimentos. Ele levanta com dificuldade fazendo careta pela dor. Parei temporariamente de atacar os outros, mirando em um único alvo.

— Tempo. Bebam um pouco de água. — O treinador apita de novo.

Me afasto indo para o banco. Aceno para o camisa 10, ele vai até o treinador faz um drama pedindo para levá-lo na enfermaria. O velho me olha, dou de ombros. Eles vão embora.

— Posso te perdi um favor? Se não for incomodar. — Se aproxima.

— Claro!

— Eu amo ela, de verdade. Convença a Aurora a voltar para mim… — Não tem um pingo de vergonha na sua cara. Fecho as mãos com força.

— Não ama, você não sabe o que é isso!

— Eu errei, foi moleque, admito. Mas a Aurora é todo pra mim…

Trinco o maxilar:
— Não fale o nome dela.

— O que?

— NÃO FALE O NOME DELA, PORRA! — Avanço na sua direção. Levanto o idiota pelo colarinho. — Acha que é só aparecer. Me pedir e eu vou abandonar a minha garota? Acha que é fácil assim?

Os caras fizeram um círculo em volta de nós. Solto ele. O babaca cambaleia para trás. A maioria se intimida fácil com as minhas tatuagens e altura.

— Pensei que fosse um idiota.

— O único idiota aqui, é você, José!

— É Julian.

— É a mesma coisa.

O camisa 5 da um passo pra frente:
— A gente é babaca às vezes. Mas não batemos em mulher!

— É o seu hobbyzinho sujo?

Garotos cruéis! - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora