02: Meu novo brinquedo favorito...

4.8K 645 191
                                    


Enzo

Alguns dizem que sou maluco, fora da casinha. Mas eu não sou tão ruim, só quero o melhor para mim. A noite não tem estrelas e eu gosto assim. Decido fumar um cigarro antes de ficar totalmente bêbado. Me levanto e ouço Ruan discutir com alguém por derramar bebida nele, mas não dou a mínima. Vou na direção do gramado.

Uma garota com metade do meu tamanho, para na minha frente. Ela usa um vestido banco com pequenas flores vermelhas em toda parte do tecido.

Fico confuso esperando ela falar alguma coisa. Dá um sorriso tímido antes de perguntar:
— Posso te beijar?

Meu corpo se inclina, encaro ela profundamente. Tem alguma coisa nela me puxando, não consigo desviar os olhos. Ela me puxa pela gola da camisa em um movimento rápido, encostando sua testa na minha. Nossas respirações se misturam.

— Posso? — Sua boca entre abri. Estou preço nas suas íris verdes e castanhas ao mesmo tempo. Suas mãos deslizam para meus ombros, seus dedos afundam no meu cabelo aos poucos.

Puxo sua cintura com brutalidade. Lhe trazendo para mim. Ela toma a iniciativa. Corta a pouca distância esmagando meus lábios. Tem gosto de pasta de dente e refrigerante. Ela invade a minha boca com a sua língua. Inclina o rosto mudando a posição de nossas bocas. Mantivemos o beijo o máximo de tempo que conseguimos.

Ela se afasta ofegante. Minhas mãos ainda apertam sua cintura. Mantenho seu corpo perto como se estivesse sob efeito de uma droga.

— Faça de novo!

[ … ]

— A partir de agora, você me pertence!

— O que?

— Você — trago o cigarro de novo, aproximando meu rosto do seu. — Me — solto a fumaça vermelha, entre os lábios aos poucos. Ela fecha os olhos, tossindo de novo e tentando fugir de mim. — Pertence!

— Não, claro que não! — Sua resposta é ácida. — Não sou um vasinho de planta que você pode comprar em qualquer esquina. Se quer ficar comigo, me peça em namoro pelo menos.

Semicerrei os olhos:
— Eu não namoro!

— Ótimo. Eu também não pertenço a ninguém! — Só consigo olhar para sua boca e lembrar daquele beijo. Essa coisinha pequena tinha que me seduzir tão fácil. E esse vestido deixa ela sexy e fofa ao mesmo tempo.

Ri da sua indignação. Me inclinei e abaixei um pouco a cabeça, deslizei minhas mãos para suas coxas e lhe jogo no meu ombro. A garota de cabeça para baixo bate nas minhas costas. Ando com ela assim de volta até a piscina. Ela é bem leve, na verdade.

— ME SOLTA SEU BRUTAMONTES! — Ela está brava comigo, muito mesmo. — Eu vou te processar por perseguição, então é melhor você me soltar logo.

Minha vontade é de dar um tapa na sua bunda para fazê-la calar a boca. Lhe ponho no chão com os pés na beira da piscina. Ela se gruda em mim agarrando minha camisa com medo de cair. O medo dela é legítimo e sem fingimento. Gosto de como ela é transparente.

— Qual é seu nome? — Acaricio sua cintura com o polegar.

— Maria Cancelada! — Sua resposta é puro sarcasmo. 99% de chance que esse nome nem existe.

— Por favor, solta ela. A gente dá no pé e nunca mais aparece… — a voz da amiga dela é irritante pra caralho.

— Quem disse que você podia falar? — As íris verdes e castanhas mel ao mesmo tempo, brilham como se estivesse gostando e ao mesmo tempo se culpando. Não consigo desviar os olhos dela.

— A boca é dela… — Revira os olhos sussurrando, virando o rosto para o lado.

Abri um sorriso perverso. Me afastei apontando para a água. Minhas palavras saem como uma ameaça:
— Empurra ela!

— Eu? — Minha garota olha com surpresa para a amiga. Ninguém esperava por essa. — Mas…

— Agora!

Meu pequeno e delicado pedacinho do inferno me olha sem o brilho de antes. Solta minha roupa e se deixa ser empurrada na água. A outra se aproxima com relutância. Observo ela tremer quando estica as mãos.

— Aurora, me desculpa! — Ela lamenta, mas faz.

Em câmera lenta seu corpo cai para trás. E afunda. A piscina tem mais de dois metros. Me abaixo ficando com um joelho no chão. Espero ela nadar para fora, mas nada acontece. Sua amiga fica chorando do meu lado. As pessoas ao redor apenas observam como telespectadores.

— Cadê ela, porra?

— A Aurora não sabe nadar! — Antes que ela tente pular para ajudar a amiga. Sou mais rápido.

Pulo na água sem pensar duas vezes. Avisto seu corpo se debatendo enquanto tenta luta para tentar ir para cima. Ela está literalmente no fundo. Vou até ela. Puxo sua cintura a levanto até a superfície. Ela começa a tossir e cuspir a água. Lhe coloco sentada na beira da piscina. Mantenho minhas mãos perto do seu pequeno corpo.

— Você não sabia nadar?

— Idiota! — Sua mão gordinha e pequena se choca contra meu rosto, viro a fase com seu tapa. Não dói, apenas arde. — Você é louco, todos aqui são. Eu podia ter morrido, sabia? E por que?

Porque eu queria que você percebesse que é minha e que ninguém mais podia machucá-la além de mim.

— Me processa, então!

Sai da água passando por ela. Foi até uma das cadeiras de praia e peguei uma toalha. Estão olhando para nós. Voltei até ela e coloquei a toalha aberta sobre seus ombros. Seu vestido está transparente.

— ESTÃO OLHANDO O QUE, PORRA? — As pessoas param de encarar. Peguei a sua mão e a ajudei a levantar.

— Me solta, eu vou embora. Ninguém nunca me humilho tanto na minha vida! — Choraminga empurrando a minha mão. Seu nariz está vermelho e ela está se segurando para não chorar.

Sua amiga veio rápido:
— Desculpa. Eu, eu…

— Não acredito que você fez aquilo comigo, Teresa! — acusa. Mas sai puxando ela junto.

Observo. Eu deveria impedi-la. Desisto indo me sentar na cadeira de praia. Pego meu cigarro e o isqueiro notando que eles estão molhados. Suspirei. Observo ela se afastar. Aurora, seu nome vem a minha mente.

— O que vai fazer com ela? — Ruan me questiona. — Se você quisesse mesmo atormentar a garota não teria pulado.

Vicenty se vira para nós:
— É mesmo. Por que você pulo?

— Não podia deixar o meu novo brinquedo favorito morrer afogado!

Garotos cruéis! - Livro 01Onde histórias criam vida. Descubra agora