Tentar manter o corpo enorme de Gabriel em pé no banheiro não é uma tarefa muito fácil. Talvez a melhor coisa a ser feito seja chamar o tio Pietro para ajudá-lo, mas ouvi quando ele disse para a mãe que não queria que o pai o visse dessa forma. Com certeza, a vergonha e o receio por decepcioná-lo o impediria de olhá-lo nos olhos depois.
Ás vezes acho que Gabriel traz responsabilidades demais para si e por conta disso fica extremamente receoso de fazer algo que entristeça os pais. E para piorar a situação, ainda tem eu que trago uma parcela de culpa muito grande nisso tudo que está passando atualmente.
- Biel, tente ficar parado. Você é grande e pesado demais e preciso tirar a sua roupa. - Falo, abrindo os botões de sua camisa preta.
- Saia daqui, Beatriz. Você não tem obrigação nenhuma de fazer isso. - Falou, sem me olhar.
- Não estou fazendo por obrigação e você sabe disso. Então sossegue e me deixe retirar suas roupas, pois deixá-lo assim sabe que não vou. - Bufou.
Segui meu tormento pessoal por ter que ver o homem que amo totalmente nu e não poder fazer nada. Eu sem querer compliquei a minha vida. Mesmo que sendo uma mulher extremamente organizada, acabei metendo os pés pelas mãos como dizem. Se arrependimento matasse, eu já estaria morta.
Retirei sua blusa e seu tronco gostoso, repleto de marcas e cicatrizes, me fez lembrar de quantas vezes cuidei dele. Eu odiava vê-lo ferido e sentia raiva de quem o machucava. Por muitas vezes neguei seus pedidos de ir vê-lo treinando, justamente para não ter que assistir alguém ferindo aquele que amava intensamente.
Abaixei-me para retirar a calça e acabei ficando de frente para seu membro generoso, meio-ereto, cuja imagem muitas vezes veio à minha memória, nas noites que passei sozinha em Londres, desejando tê-lo dentro de mim. Minha boca salivou de vontade de tomá-lo, mas não poderia fazer. Não com Gabriel nesse estado.
Ergui-me ao perceber que estava sendo assistida por ele. Seu olhar sério, em minha direção, demonstrou que o magoei como nunca antes havia feito. Eu preciso dar um jeito nisso. Sei exatamente o que devo fazer, mas o medo de perdê-lo de vez é ainda maior do que o da própria morte. Merda, eu deveria ter me jogado em seus braços antes e contado da minha gravidez, logo assim que descobri. Pelo menos não estaria amargando essa dor agora.
- Por que você não me contou da gravidez? - Falou e todo meu corpo retesou ao ouvir suas palavras. O gelado percorreu minha espinha, causando em meu estômago uma dor aguda. Como ele descobriu? Será que Richard lhe contou? Por que faria isso? Meu Deus! Será que por isso ele bebeu tanto, ao ponto de ficar desse jeito?
- Biel?
- Responda a minha pergunta. Por que não me contou sobre a gravidez? - Insistiu e sei que isso não será uma conversa de bêbado.
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OS MARINOS III - DUALIDADE
RomanceA terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...