A vida tem seus meios bem peculiares, de certa forma até dolorosos, de nos ensinar a viver. Embora muitos achem que é fácil, considero deveras difícil. Bom, pelo menos para os que têm um propósito em sua existência como eu, que nasci para reger um grupo de homens dentro de uma organização, sem colocá-los em risco, levando-os a confiarem que sou um homem digno de sua fidelidade. Não é nada fácil!
Há uma necessidade de estar em equilíbrio psicológico e emocional para fazer diferença entre sua vida pessoal, seu trabalho profissional e o lado obscuro que a maioria não vê. Quem está a frente de algo tão grande como estou, precisa ser bastante diligente a fim de não cometer um erro que possa vir prejudicar a si mesmo e, principalmente, as pessoas em seu redor.
Com essa ideia, até pensei que seria mais fácil me livrar do sentimento que domina meu ser, desde quando eu era apenas um moleque, mas a cada dia que passa, mas me sinto envolvido por esse amor. Talvez por termos crescido juntos, com todas as lembranças que tinha e de nossa amizade inquebrável, torna-se quase impossível.
Todavia, a decepção cobra uma postura diferente da corriqueira, onde sempre desculpava os erros, as falhas e voltava ao início, como se nada errado tivesse acontecido. Agora já chega! Embora meu coração sangre, preciso determinar um limite para nós dois e fico feliz por até agora está conseguindo fazer isso.
- Precisou vir para Nova York para sair dessa fossa, Capo Marino? - Lukas debocha, assim que entro na casa de meu tio. De fato, ficar debaixo do mesmo teto que a mulher que bagunça meu juízo não seria bom para o meu psicológico, por isso decidi vir para Nova York, resolver alguns assuntos pendentes e tentar esquecer o que aconteceu. Mesmo sabendo que não vai adiantar nada.
- Está sem nada para fazer hoje, Dom Marino? Parece muito a toa para um homem como você. - Debocho. Após um tempo me olhando, o miserável sorri e me abraça. - Onde estão meus tios?
- Viajando.
- E deixou você cuidar das meninas?- Ironizo.
- Sabe bem que sou a melhor babá para elas. - Fala, indo servir uma bebida e, ao me oferecer, recuso. - Tem certeza de que não quer uma dose? Dizem que curam dor de cotovelo e chifres.
- Não sei de que chifres está falando, já que nunca estive comprometido para poder ter um. - Respondo e ele dá de ombros. - Além de que, bebida é uma péssima conselheira. Elas só tendem a piorar a situação do trouxa que a usa como escape. - Completei, sentando-me no sofá.
- Porra, você é muito chato! - xinga e sorrio.
- Irmão, que saudade de você! - Pietra desce a escada correndo, vindo em minha direção. Abraço minha pequena fortemente, inalando o perfume de seus cabelos.
- Oi meu amor, também estou com saudades. Você praticamente abandonou a família! - Reclamo.
- Eu estou estudando, Biel. Além disso, tenho estagiado muito. Sei que minha tia é a nossa supervisora, mas ela não nos dá mole. - Fala e então penso em tudo que Beatriz dizia sobre a falta de tempo que tinha para voltar para casa, devido aos estudos e excesso de trabalho. Nem dá para reclamar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
OS MARINOS III - DUALIDADE
RomanceA terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...