A terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...
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Andava de um lado para o outro, dentro do quarto de hotel que reservei para passar a noite, enquanto Charlote estava no banheiro se preparando para dormir. Minha cabeça estava a mil com a ansiedade por saber o que aquele cara queria falar comigo. Eu imaginei inúmeras coisas, boas e ruins, e até cogitei não ir. Todavia, se era sobre Beatriz, eu tinha que saber.
Minha saída do salão foi notada por todos. Quando cheguei ao estacionamento, onde meu carro estava, vi Charlote conversando com o pai ao lado do carro. Fiquei um tempo observando a interação dos dois e notei que a menina não mudou o jeito temeroso do homem. Ela ainda mal o encarava, como fazia quando moravam juntos. Isso me deixava inquieto.
Caminhei até eles. Depois do que esse puto fez nas costas de Beatriz, mulher que diz amar, não duvido que fará coisa até pior com ela. Ao chegar perto, ouvi um pouco da conversa, onde ele tentava convencê-la a me deixar e voltar para Londres. Ela negava com a cabeça melindrosa, dizendo que estava feliz comigo.
Quando me viram, a loira rapidamente se aproximou de mim e senti seu corpo tremer por inteiro. O medo daquele homem a dominava. Ela precisava vencer isso já que hoje, sendo ela minha esposa, Richard já não pode lhe fazer nada. Eu garantiria que isso não viesse mesmo acontecer.
- Não quer tomar banho comigo? - Charlote perguntou da porta do banheiro, enrolada apenas num roupão.
- Hoje não, Char. Eu tenho alguns papéis que o Lukas me deu para dar uma olhada.
- Vai fazer isso agora? - Perguntou em espanto.
- Se eu não fizer, terei de ficar mais um dia aqui nesta cidade para fazer e não é isso que eu quero. Por isso, preciso fazer esse relatório logo e deixar com o chefe de segurança dele para podermos ir cedo para Portugal. Caso queira ficar mais alguns dias...
- Não quero não. Eu amo ficar com a Bia, mas ela está com meu pai. E eu não quero ter que dividir o mesmo teto com ele. - Declarou em tom de voz baixa. - E também não quero ficar sem o meu marido. - A menina se aproximou de mim, levou a mão ao meu rosto e me roubou um beijo. Eu sabia o que ela queria, quando notei que abriria o roupão, a impedi.
- Agora não, Charlote. Estou com a cabeça cheia, cansado e preciso terminar isso para voltar para casa. Não estou me sentindo bem neste país. - Notei que seu rosto ruborizou por minha rejeição, mas não estava mesmo no clima.
- Tudo bem! - Concordou e, antes que se virasse para seguir até o banheiro, deixei um beijo em sua testa.
Minha ansiedade estava a mil e precisava fazer parar. Será que Beatriz continuava passando por agressões nas mãos do puto inglês? Será que aquela postura de quem está com tudo sob controle é fachada? Seu vestido bem decotado nas costas não mostrou nenhuma ferida como antes. Nem mesmo notei uma vermelhidão. Merda, o que será que o tal Rafael quer falar comigo?
Temendo que desse alguma coisa errada, já que ninguém poderia saber dessa conversa que terei com o tal Rafael, decidi colocar no chá que pedi que preparassem para Charlote algumas gotas de um sonífero, para que não acordasse no meio da noite e não me visse ao seu lado na cama. Certamente, perguntaria o que aconteceu e onde eu estava. Melhor não arriscar.