CAPÍTULO 33

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Eu ainda não estava acreditando em tudo que ouvia e via

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Eu ainda não estava acreditando em tudo que ouvia e via. Encarava aquelas seis telas negras, manchadas com o que para alguns pareceria um borrão, mas era meu filho. Meu bebê. Meu menino e de Gabriel. A dor cruciante em meu peito causava-me falta de ar e fazia meu peito doer. De fato, não estava preparada para essa conversa.

A todo tempo que Sasha falava, de forma lenta e bem angustiante, mas meu ódio por Richard, e pela pessoa que estava por trás disso tudo, aumentava. Eu não matei meu filho, ele matou. Tirou de mim o que tinha de melhor na minha vida. A herança permanente que Gabriel me deixou. E agora tudo que me resta são essas imagens e o vídeo que, nem sei se estou preparada para assistir, já que nele estão os últimos batimentos do meu bebê.

Muito triste e grotesco o que Richard me fez. Mas ele vai pagar.

- Beatriz, sei que pode ser uma pergunta idiota, mas você está bem? Se não quiser continuar, paramos por aqui. - Rafael me despertou do meu devaneio, em voz preocupada.

- Não! Quero que continue. - Voltei meus olhos para a mulher que parecia tão emocionada quanto eu. - Por que guardou isso? Como ainda está viva se aquele desgraçado sabe que você tem esse material? Como chegou até mim? - Explodi diante da ansiedade por saber em mais o quê eu estava sendo enganada.

Será que havia mesmo uma ameaça contra os Marinos? Será mesmo que não é apenas aquele puto com sede no dinheiro que o componente está trazendo para si? Será que realmente eu contei sobre o produto? Acredito que não disse! Pelo menos, não em sã consciência. Eu jamais trairia a família que me acolheu e amou. Poderia não ter o sangue deles, mas nunca houve diferença no tratamento que tiveram comigo. Nunca os trairia desta forma.

- Eu a encontrei, Bia. - Rafael cortou meus muitos pensamentos conflitantes. - Estava disposto a provar que você não fez um aborto. Eu nunca acreditei que tivesse feito. Então procurei nos arquivos do hospital, algumas coisas sobre o tal dia que você disse que havia feito. Por mais incrível que pareça, não havia nada. Se ele deu
entrada com um paciente no hospital, mesmo que este seja dele, deveria ter alguma coisa para provar isso. E não tinha!

- E como sabe disso tudo então?

- Eu busquei informações sobre aquele dia, meu amor. Descobri quem eram os enfermeiros que estavam de plantão naquela noite, pois quero questioná-los, e descobri que Sasha era a única daquela ala. Que de repente foi demitida, poucos dias depois da suposta noite. - Rafael explicou.

- Ele me mandou embora, com jura de morte. Falou que não era mais para eu aparecer no hospital e me ofereceu muito dinheiro para eu entrar com um pedido de demissão. - Ela abaixou a cabeça visivelmente envergonhada, mas logo voltou a me olhar. - Eu precisava do dinheiro. Por isso, fiz como ele mandou, mas copiei tudo isso, antes dele me mandar apagar tudo do sistema, como fez.

- Pensou em chantageá-lo no futuro?

- Pensei em me proteger dele no futuro. - Declarou. - Eu nunca mais consegui trabalhar na mesma área por me sentir um lixo de profissional. Eu assisti a maior barbaridade da minha vida, com duas pessoas indefesas. A senhora, que estava completamente dopada, e com seu bebê, cujo coração batia ansioso. - Fungou, secando as lágrimas de seu rosto.

OS MARINOS III - DUALIDADE Onde histórias criam vida. Descubra agora