Já estava cansado de ver Beatriz chorando por alguma coisa que aquele puto fazia. Já que não temos dúvidas que esse ataque simultâneo não foi aleatório. Minha prima sendo atropelada e Inácia com Charlote, sendo abordada por assaltantes, em pleno Portugal, e mais, dentro de um shopping, onde até nossos inimigos sabem quem é que manda, não pode ser em vão.
Assim que minha Beatriz recuperou a consciência, devido ao desmaio pelo choque que levou, pedi que Klinger a levasse de volta para o Canadá e eu voltaria para Portugal direto de onde estou, a fim de ver o que aconteceu. No caminho, conversaria com Lukas para obter mais notícias de Ana, já que sua situação é bem complicada, segundo suas palavras.
Não queria ter que me despedir de Beatriz no clima que foi. Não depois das últimas horas que passamos, onde colocamos tudo que pensamos um do outro às claras e decidimos que juntos será o nosso lugar sempre. Merda! Penso se não teremos um dia de paz.
Assim que o avião aterrissou em Portugal, peguei um carro de aluguel e segui para o hospital. Nem mesmo com o Martim eu falei, pois estou evitando ouvir seus muitos sermões sobre meu desejo de ainda insistir em meu amor por Beatriz. Além de quê, nem mesmo meus pais sabem que iria encontrá-la, já que, por via das dúvidas, eu estava em Nova York, resolvendo problemas da organização com meu primo e curtindo noites em sua boate. Isso já tem uma semana.
- O que aconteceu? - Questionei ao meu amigo que logo se aproximou de mim.
- Como chegou aqui? Não me mandou buscá-lo?
- Quando Lukas disse o que havia acontecido, estavamos no hospital com Ana. Deixei-o lá e vim direto para cá. Como está a minha avó? - Menti, evitando qualquer outra pergunta sobre minha viagem.
No caminho até aqui, Lukas comentou que Ana sofreu o atropelamento em frente a faculdade. Ela, juntamente com algumas amigas, estavam no campus, quando decidiu ir para o estacionamento, onde o motorista já a esperava. Pelo que disse, foi só ela cruzar a via que um carro acelerou, não dando tempo de pensar. Perturbado com o que viu, o motorista rapidamente ligou para a ambulância e em seguida o avisou. Tia Analu entrou em choque com a notícia e nem quero pensar em como está meu tio Lorenzo. Só sei que muitos vão morrer por isso.
- Cara, o estado dela é grave. A bala ainda está alojada em sua cabeça e os médicos não querem operá-la, devido à idade dela. Temem que morra na mesa de cirurgia. - Fechei meus olhos, apertando o meio do meu nariz, tentando dissipar o nervoso.
- E como está a Charlote?
- Ela está bem. Mas, chegou aqui em desespero, com as roupas sujas do sangue da Inácia. Ela tentou ajudá-la. - Explicou.
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OS MARINOS III - DUALIDADE
RomanceA terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...