CAPÍTULO 15

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Gabriel só pode ter ficado louco!

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Gabriel só pode ter ficado louco!

Essa frase vem reverberando da minha cabeça, desde que saí daquele restaurante a fim de acompanhar Charlote até a casa do tio Pietro. Dá para perceber que a menina não entendeu nada, além de ter ficado muito assustada com o que viu. Gabriel mostrou um lado que poucos conhecem e isso deve tê-la deixado assustada. Afinal, soube que após meu casamento ele lhe fez companhia e ainda levou a alguns lugares da cidade. Por certo, deve ter tido uma primeira impressão bem diferente do que teve de presenciar. Não tem como culpá-la por isso.

- O que vai acontecer com meu pai? Para onde o levaram? - Perguntou, assim que o carro parou na entrada da mansão.

Olhei nos fundo do olhos azuis anil de Charlote e vi muita confusão neles. Não creio que deva ter noção de onde o pai dela se meteu. Com certeza aquele puto não falou para a filha que tudo que estava fazendo era para se filiar a máfia e que isso lhe traria muitos contratempos. Inclusive a morte precoce. Acho que caberá a mim dizer-lhe.

- Charlote, eu preciso conversar com você algumas coisas, pois tenho certeza de que seu pai não falou, mas é que agora o tempo é bem curto. Preciso voltar para o hospital a fim de acompanhar a situação de Pietra. Mas, prometo que quando voltar de lá, mais tarde, eu vou te contar o que está acontecendo, desde o meu casamento com seu pai.

- Você não queria casar com ele? - Perguntou.

- Sinceramente não! Mas, seu pai me coagiu devido à uma situação em que me coloquei e ele me chantageia por isso.

- Meu Deus! - Lamentou, fechando os olhos. - Por que ele é assim, Bia? Agindo desse modo, por quê?

- Eu não sei! Só sei que estou nessa situação por pressão dele. Seu pai é ambicioso e acha que algo que Gabriel tem pode ajudá-lo a conquistar o que médico nenhum até hoje, mesmo com toda tecnologia disponível no mundo, conseguiu. É pura ambição, mas isso poderá levá-lo a ruína. E todos que estiverem com ele poderão sofrer por esse dano. Ele ainda não se deu conta, por isso, estou procurando um jeito de pará-lo. - Disse, sentindo meu peito doer.

- E como acha que pode fazer isso? Eu vi ele olhando para você com raiva. Tenho medo que te machuque. - Abraçou-me fortemente e senti o tranco que seu peito deu, diante do soluço. - É única que não me vê como a vagabunda, pervertida e doente que ela cansa de dizer que sou, Bia. Em toda minha vida, só senti carinho vindo das babás que cuidavam de mim de você. De mais ninguém.

- Ninguém vai te fazer mal, Char. Enquanto eu estiver aqui, ninguém, nem mesmo o puto do seu pai, lhe fará mal. - Coloquei um punhado de seus cabelos dourados para trás, secando em seguida a lágrima que fugia em seus olhos avermelhados. Havia muita tristeza neles e constato que essa menina, que mais parece uma adolescente assustada, nunca teve um pingo de afeto do pai. Muito triste! - Eu preciso voltar ao hospital agora, pois Pietra precisa de mim. Minha avó está em casa e vai cuidar de você, mas tente manter sua mente tranquila. Sei que, por mais que seu pai seja um crápula com você, não lhe quer mal. E nada vai acontecer, pois Gabriel não vai fazer mais do que fez.

OS MARINOS III - DUALIDADE Onde histórias criam vida. Descubra agora