- Que bom que a senhora está melhor, mamãe. Eu senti muito medo! - Falei, ao entrar no quarto e vê-la ao lado de meu pai, que não saiu um minuto sequer de perto dela e de minhas irmãs.
- Não sinta, meu amor. - Falou, acariciando meu rosto.
- Difícil não sentir! Estava completamente ansioso, mas busquei ficar equilibrado para não perder a noção. - Confessei e ela sorriu.
- As coisas acontecem porque tem de acontecer, filho. - Olhou na direção onde Beatriz estava, verificando os sinais vitais de minha irmã. Lukas foi avisado sobre o uso do componente e ficou de buscá-lo para que Beatriz pudesse trabalhar nele. - Ela parece cansada. - Comentou, tirando-me do meu devaneio.
- E ela está, mas não quer dar o braço a torcer. Disse que já está acostumada com horas acordada e que não precisava se preocupar. Teimosa demais! - Sussurrei.
- Acho que é o que mais gosta nela. Estou certa? - Falou e olhei na direção de meu pai.
- Não tenho nada a ver com isso! - Disse e ergueu a mão para o alto, descontraído. Beatriz veio em nossa direção, evitando a todo custo me olhar diretamente. Já tinha algum tempo que ela agia dessa forma. Eu não me agradava nem um pouco disso. Gostava da minha Beatriz audaciosa, atrevida e abusada, que sempre tinha resposta para tudo. Essa mulher em quem ela se transformou me deixa incomodado.
- Ela ainda segue instável. Não houve qualquer piora, mas não há resquício de melhoria, eu sinto muito! - Avisou condescendente.
- Ela vai ficar bem! Sei que você encontrará uma forma de ajudá-la. - Minha mãe encorajou, mas Beatriz pareceu tensa. Ela realmente está buscando um meio, mas não deve tomar essa responsabilidade para si. Isso não fará bem para própria saúde, menos ainda ao bebê que carrega.
- Descanse um pouco, Bia. Precisa se preservar. Pelo bebê que está em seu ventre. - Meu pai externou o que pensei e a encarei. Vi seu rosto ficar vermelho e essas reações nada comuns para ela me confundem.
- Eu vou levá-la para casa. - Declarei.
- Não precisa, Biel. Eu posso ir com...
- Esqueci que seu marido está esperando por você. - Interrompi-a.
- Na verdade, Richard está com a Charlote no flat. - Novamente sua voz saiu diferente da comum, parecendo bastante envergonhada. - Eu ia dizer com minha avó. Ela está para ir a mansão, buscar algumas roupas para a senhora e para o tio Pietro. Pensei em acompanhá-la já que não estou muito longe de lá. - Esclareceu.
- Tudo bem! - Concordei.
- Melhoras para a senhora. Sei que logo vai se recuperar e sair daqui. - Declarou.
- Dê-me um abraço, meu bem! Afinal, salvou a minha vida e da minha filha. Nunca poderei pagar por isso. - Os braços de minha mãe envolveram o corpo de Beatriz e a ouvi respirar em alento.
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OS MARINOS III - DUALIDADE
RomantizmA terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...