A terceira e última história dessa trilogia, trará a vida de Gabriel Marino, filho de Pietro Marino. Desde bebê ainda, havia algo particular e único que o destacou das demais crianças Marino. Estando adulto, tomou para si a responsabilidade de coman...
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Finalmente, o dia em que já esperava muito chegou. Será hoje que Richard será apresentado ao conselho, onde terá de justificar o que fez com Beatriz. Se é que o que ele fez tem justificativa. Eu acho que não.
Falando nela, nosso último encontro não foi nada legal. Acredito que Charlote ter nos visto juntos na casa do pai dela, em meio a tudo que está acontecendo, a deixou um pouco mais cismada. Acabamos divergindo em algumas coisas e no fim, cada um foi para o seu lado, num clima que não é comum para nós dois. Nem mesmo com um beijo nos despedimos.
Não queria ter acabado a noite daquela forma. Principalmente, por saber que outra oportunidade de ficar sozinho como aquela, demorará para acontecer novamente. Se é que vai acontecer outra vez, já que tudo indica que nosso distanciamento é definitivo. Tudo ficará mais complicado para nós dois daqui por diante e temo que o nosso amor não sobreviva.
— Está pensativo demais hoje, meu menino. Aconteceu alguma coisa? — Minha mãe me perguntou, enquanto observava a pequena Giovanna na caminha ao seu lado.
Vê-la tão pequenininha assim, completamente indefesa e alheia ao que acontece ao seu redor, me faz pensar no filho que Beatriz trazia em seu ventre e que acabou sendo alvo do puto do Richard. Sim, tenho total convicção de que foi ele o culpado. Nunca, em momento nenhum, acreditaria que a mulher que amo, cuja essência sei que é boa, mataria nosso filho.
A Beatriz que conheço nunca faria isso!
Acredito que nossa situação, na época em que descobriu a gravidez, foi o fator principal para pensar em algo assim. Meus pais sabiam sobre nós e apoiavam nosso relacionamento, assim como, acredito que Inácia não se oporia a nada. No entanto, teríamos que viver distantes daqueles que amamos, pois uma união entre nós dois, principalmente com filho, seria negada pelo conselho da máfia.
Esse está sendo o maior problema. A criação que tivemos, perante todos, foi de muita irmandade. Lembro-me que nas festas da máfia, tratavam Beatriz como sendo filha do meu pai e, por consequência, minha irmã. No dia em que estivemos diante do líder dos conselheiros, vi em seus olhos o receio por minhas palavras. Naquele momento, percebi que estaria colocando a vida de Beatriz em perigo se revelasse o nosso amor. Afinal, ela está casada e adultério é um crime extremo na máfia. Não tem perdão para tal!
Por isso, mesmo sabendo que ela poderia ter tomado outras atitudes com relação a nós, quando descobriu a gravidez, não a condeno por nada. E principalmente por ter certeza de que o verdadeiro culpado pela morte do meu filho foi aquele filho da puta. Ele sim, é o maior culpado nessa história.
— Estou bem, mãe! Apenas observando o quanto a Gio é pequena. Acho que puxará a senhora. — Contei uma meia verdade e ela se aproximou de mim.
— Sua irmã está ficando forte a cada dia. — Comentou orgulhosa.
— Está sim. De acordo com Beatriz, logo poderão voltar para casa. Brevemente, tudo voltará a ficar como deveria.
— Com você também? — Indagou. — Percebi que desde a operação de Pietra, você está mais sério, tenso e preocupado. Não vejo aquela leveza comum em você. Quer me contar sobre? — Observadora como sempre, ela falou.