CAPÍTULO 26

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Está doloroso demais seguir depois da última conversa que tive com Beatriz ao telefone, onde definitivamente ficou claro que o nosso amor não foi tão forte quanto imaginava

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Está doloroso demais seguir depois da última conversa que tive com Beatriz ao telefone, onde definitivamente ficou claro que o nosso amor não foi tão forte quanto imaginava. Eu deveria ter percebido que ela nunca levou o sentimento que tinha por mim a sério. Se é que havia mesmo amor.

Quem sabe, até o fato de ter tirado um filho nosso foi algo planejado para que não tivéssemos qualquer vínculo um com outro. Sempre acreditei que não fosse ela a culpada por tal ato, desde a primeira vez que ouvi sua história acreditei em sua inocência. Todavia, vendo a forma que ela tem agido, a forma que tem menosprezado meus sentimentos, pode ser que enxerguei apenas o que eu queria. Isso é muito frustrante.

Merda! O que está pensando?! Beatriz não é uma assassina, porra! Não a sua Bia! Ela não! Minha mente repreendia-me aos gritos. Eu já não tenho ideia do que estou fazendo. Essa é a verdade.

Tornei-me algo que não imaginava que me tornaria. Nesta semana, devido à raiva que sentia por tudo, espanquei um salteador até que ele morresse. Não que merecesse o fim que teve, já que foi pego em flagrante, desviando a rota do meu carregamento, mas, em outros tempos, teria mais compaixão. Estou descontrolado, sentindo raiva de tudo e todos. A impaciência tem me tornado um homem insuportável.

- Ainda precisa de mim?

- Fez o que eu te pedi? - Respondi ao Martim.

- Sim. Levei-as até o local, onde está tendo o encontro de mulheres.

Hoje um almoço de boas vindas será oferecido para Charlote, pela mulher do conselheiro. Ela achou ideal que fizesse isso para familiarizar a loira com as outras esposas da organização, pois já estamos casado há dois meses e ela precisava se interar das coisas da máfia. Nada melhor que uma mulher que já tem influência, para deixá-la por dentro de tudo.

- Minha mãe estava junto delas? - Perguntei outra vez.

- Não! Ela não quis ir. - Apertei meus lábios diante de sua resposta, que para mim já não era nenhuma surpresa.

Nos últimos dias, tenho sentido minha mãe distante de mim. Nosso café matinal já não é mais o mesmo e agora sinto até que é forçado. Sempre que chego na sala de jantar, ela já está de saída com Giovanna ou nem a encontro. Ela e Inácia pouco se falam depois de tudo que fez com a Bia. Minha mãe deixou bem claro que reprovou o comportamento da mais velha. Eu também não aprovei!

No entanto, vejo que isso a deixou mais distante, o que fez com que Inácia se aproximasse mais da loira, fazendo com que ela ocupasse o lugar que antes era da morena. Confesso que não sei o que aconteceu com minha família. Será isso tudo culpa da Beatriz ou minha? Ou nossa?

- Merda! - Vociferei, irritado com essa situação.

- Cara, o que está acontecendo? - Martim perguntou com um misto de confusão e surpresa.

- Eu não sei, Martim. Desde que me casei que minha casa está uma loucura. Não tem mais aquela união de antes. Quando nos sentamos para fazer as refeições, o que acontece raramente, mal temos assunto para conversar e o pouco que falamos é sempre sobre trabalho. Está insuportável!

OS MARINOS III - DUALIDADE Onde histórias criam vida. Descubra agora