Com amor, Vitor Guttiz.

vinte e sete

Estou de frente para a casa de Lorran. Não vou mentir que eu me sinto muito ansiosa para ver meus amigos. Eu acho que gosto dele. Tenho quase certeza, na verdade, eu acho que tenho total certeza. Vou até a porta e toco a companhia, meu coração bate muito rápido.

Morgan abre a porta e ao mesmo tempo um sorriso seguido de um abraço aconchegante. Quase choro, depois de tudo, receber um abraço desse é incrível. Eu abraço mais ainda a mesma, parece que ela percebe que eu gostei.

— Bem-vinda ao seu verdadeiro lugar Leonor!! — Minha amiga brinca, eu dou uma risada.

— Obrigada, minha ruiva! — Digo e o suposto namorado dela vem ao meu encontro e encara-me desconfiado.

— Ei, ei! Só eu chamo ela de "minha ruiva". — Ele diz e rimos em conjunto. O clima já estava bom. Minha amiga me dá passagem para entrar e eu entro. Olho para todos os lados da casa, e em um deles encontro Lorran.

— Oi Leonor, senti saudades... — Lorran diz sussurrando, ele não é muito de falar sobre sentimentos, como já havia mencionado, mas achei legal ele estar começando a se abrir comigo.

Percebi que Vitor não estava lá.

—  Eu também Lorran, não vejo a hora de sair daquela escola.

— Vitor não veio. — Morgan diz parecendo esperar algo de mim.

— Ah...Entendi. — Eu não queria ficar triste, obviamente fiquei, mas não queria demonstrar. Ele não queria me ver? Não estava triste? Então porque não veio aqui?

— E então, nos conte como foi seu primeiro dia de aula na escola nova?

Nos sentamos no sofá.

— Nada de bom. Eu encontrei meu ex-namorado, então, imagine como vai ser estudar com ele! — Eu não sabia que Guilherme estudava naquela escola, aliás, até parece que foi algo planejado...

—  Com o Guilherme? — Lorran pergunta parecendo não saber quem é ele. — Por acaso seu ex é branco...?

— Sim, por que?

— Ah! — Fez uma careta de desgosto — Uma vez briguei com ele no supermercado, esse garoto acha que tem alguma moral. Por acaso, eu pegaria ele na porrada.

— E por que vocês brigaram? — Minha amiga perguntou enquanto de ajeitava para ouvir a tal fofoca.

— Ele disse que o último pacote de biscoito era dele, sendo que ninguém havia pegado-o. Aí começamos a discutir e ele achava que tinha razão. Convidei ele para conversar no mano a mano lá fora, mas ele arregou. — Riu como vencedor.

— Vocês são muito bobos. — Murmurei rindo.

—  Não! Ele arregou, deveria ter pegado-o na porrada mesmo. — Peter incentivou tamanha agressão.

— Sinceramente, concordo. — Lorran se sentou sastifeito.

— Ok, chega de falar sobre vocês. — Morgan virou-se para mim revirando os olhos. — Sobre você e o Vitor...Em?

— O que quer saber? Bom, acho que todo mundo sabe o que vem acontecendo.

— Talvez...Mas sei lá, vai mesmo ficar as custas do que sua irmã e sua mãe pedem? — Ela perguntou me observando. Eu não queria mesmo e talvez sair das regras delas não fosse acabar com a minha vida.

— Eu acho que não. — Umideci meus lábios que estavam seco de tanto nervosismo que havia dentro de mim.

— Graças a Deus! — Ela vibrou.

— Beleza, e então...Liga para o Vitor de novo? — Peter sugeriu pegando o celular do seu bolso.

— Mas já convidamos ele e o mesmo disse que não viria.