seis

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Leonor.

Eu evitei ver a minha mãe e tinha ido dormir ontem. Agora estou aqui na escola, na fila do almoço. Me sinto bem sozinha...Sinto falta da minha melhor amiga. Ela se mudou para a cidade vizinha e...Até hoje não consegui socializar com mais pessoas. Os meninos? Bem, eles são sim legais e colegas bons, mas eles tem o grupinho deles e outros amigos que com certeza tem papos mais interessantes que os meus para se aproximarem.

Chego mais perto da fila observando a imensidão dela. Só de olhar dá preguiça, mas eu estou com muita fome. Me aproximo e me infiltro nela. A minha frente tem um rapaz e eu deduzo que na frente dele tenha mais de trinta pessoas. O mesmo rapaz olha para trás, por algum motivo que eu não sei e aí percebo que é o mesmo garoto que chorou até os olhos ficarem vermelhos na minha casa.  Que agradável. Olho para baixo não querendo socializar.

Mas eu sei que ele me viu. Ajeito meu cabelo colocando-os mais para frente.

— Leonor. — Seu tom suave me obrigou a cumprimentar o mesmo.

— Oi... — Sorri de leve e voltei minha atenção para o chão. Ele parece ainda estar me olhando, mas apenas respira fundo e volta a olhar para frente, batucando no prato que tem em suas mãos.

E depois de um tempo, a fila chega a diminuir e finalmente é a minha vez. Pego meu almoço e vou direto para a mesa, pronta para devorar aquele prato de macarrão!

— E aí Leonor! — Ouço Peter dizer se sentando na minha frente. Ele estava animado.

— Oi! — Digo tentando mostrar algum ânimo.

Como um pouco e volto a olhar para ele, mas não encontro uma vista previlegiada. Lorenzo. Logo ele, o maisss amado daqui. Ele está bem aqui!

— Lorenzo! Meu mano! E aí? — Peter comeu mais um pouco.

— Tô bem e você? — Ele apertou o ombro de Peter e me olhou. — Quem é?

— Leonor. — Peter me apresentou sorrindo.

— Ah, prazer Leonor. — ele me analisou provavelmente reconhecendo os traços parecidos com os de Isabela.  — Você me lembra alguém... — riu.

— Ah, sério? — me fiz de sonsa, mesmo sabendo de tudo.

— Enfim... — Peter continuou falando, mas eu nem me concentrei em ouvir a conversa enquanto percebi Lorran e Vitor vindo até o mesmo. Isso não ia dar nada bom. Percebo Vitor reconhecer os fios loiros de Lorenzo. O moreno arqueou a sobrancelha e ajeitou a mochila nas costas, mas continuou se aproximando.

— Oi. — Lorran disse e cumprimentou Peter e Lorenzo com o toque que só eles entendem.

— E ai Lorran, e aí Vitor... — Lorenzo estendeu a mão para Vitor, mas o mesmo apenas o encarou com uma careta sínica. — Beleza... E então, vocês vão ir? — Peter e Lorran confirmaram com a cabeça. — Minha namorada mandou mensagem... — Ele disse sorrindo, parecendo que ia se retirar, mas Vitor olhou aquilo como se fosse cometer um assassinato.

— Sua namorada?! — Exclamou.

— É... — riu sem entender — Você não tem? Não vou emprestar a minha. — Esse cara é muito babaca.

Com amor, Vitor Guttiz.Onde histórias criam vida. Descubra agora