— E como vai na escola? Não sei mais o que acontece lá. — Na verdade, eu queria saber da Analu. Porque ela sabe que eu não estou mais lá.
— Hum, vai tudo bem. Quer saber algo específico? — Ele brinca com algumas coisas na minha cama enquanto pergunta. Pensei bem, será que pergunto? Mas decidi não perguntar diretamente.
— Já começou? A apresentação das líderes de torcida...Campeonatos?
— Ah, não. Só mostraram como vai ser a apresentação pra gente que vai jogar. — Ele disse e me olhou.
— Fizeram bonito? — Sorri com total falsidade, na verdade, eu estava me mordendo de ciúmes.
— Não sei, não liguei muito...Na época você e eu tínhamos nos afastado. Então já sabe, não tinha cabeça pra nada. — Suspirou.
— Ah sim...
— E você? Na sua escola? — Ele rodopiou uma pulseira minha no seu dedo indicador.
— Chato. Nada pra fazer além de estudar...
— Sério...? Hum... — Eu sabia que tinha algo entalado na garganta dele. Ele só precisava cuspir aquilo. — E o..Guilherme? — Pronunciou o último nome com um tom diferente, se eu conheço ele, descaso.
— O que tem ele?
— Virou seu amigo?
— Ele me irrita, mas só conheço ele lá.
— E?
— Tive que dar corda...Só pra eu não ficar sozinha no começo.
— Ele até ia te acompanhar até sua casa, né? — Sabe quando você olha o rosto de alguém e parece que a pessoa está prestes a surtar? Então, esse é o caso de Vitor.
— Na verdade, eu nem percebi que estávamos andando juntos...Ele insistiu tanto.
O silêncio tomou conta do meu quarto. Ele apenas concordou com a cabeça e continuou brincando com minha pulseira. Para testar se está tudo bem, sento-me ao lado dele e tento beijá-lo, se ele recusar, já sabemos o que está acontecendo.
Faço isso e obtenho um resultado abaixo do que eu esperava. Ele apenas vira o rosto dando máxima atenção para a pulseira. Reviro os olhos sorrindo, bem, foi ele que tocou no assunto e agora está assim? Ele parece a garota da relação, que surtar de ciúmes sempre. Eu sinto que se deixar, ele pode correr pela casa toda gritando de raiva. Não sei porque, mas sinto isso.
Tento beijá-lo de novo e nada, ele se mexe como se estivesse se ajeitando na cama.
— Ei, o que foi? — Decido perguntar antes que alguma tragédia aconteça.
— O que? — Se fez de sonso.
— Você...Não quer que eu fique perto de você. — Bufei cruzando os braços.
— Ah, tá.
— Bela resposta. Diz o que aconteceu! Podemos resolver isso.
Ele continuou quieto.
— Posso ir no banheiro? — Concordo com a cabeça e observo ele ir até lá. Me sento na cama esperando-o sair de lá. Quando o mesmo volta, olho para suas mãos e vejo elas um pouco mais avermelhadas do que o normal.
— Você fez merda! Que foi? Diz logo, Vitor. — Seguro nas mãos dele, mas ele solta.
— Nada, Leonor. — O meu nome não soou nada bem no tom de voz dele.
— Então tá, quer ir embora? Tá parecendo isso...
Ele revirou os olhos, se rendendo.
— Não, né.
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Com amor, Vitor Guttiz.
Teen FictionLeonor se torna uma vela quando o namorado da sua irmã, Isabela, vai até a casa da namorada(e a dela também) e sua relação com a irmã não é lá uma das melhores. Todas as vezes Isabela é ignorante com Leonor, e é sempre na frente de seu namorado, Vit...