cinco

177 14 21
                                    

Leonor.

Voltei para a minha casa muito cansada. O dia foi cansativo, o ônibus nunca chegava, eu fiquei trinta minutos esperando após sair da escola. Abri a porta encarando o sofá e pedindo para que ele me acolha. Joguei minha mochila e me deitei respirando e descansando.

— O dia foi cansativo? — Ouço minha mãe dizer vindo da cozinha.

— Ah, muito. — digo com a voz falha. — Acho que estou ficando um resfriada.

— O tempo mudou de uma hora para a outra, provavelmente sim. Vá descansar. — ela beijou o topo da minha testa. — Vou ir para meu quarto também. — A mesma subiu e eu assenti.

Depois de alguns minutos peguei minha mochila cansada e já fungando pelo nariz entupido. Sempre que o tempo muda de uma hora para a outra eu fico resfriada. Há um dia estava frio e hoje está calor.

Subi a escada fazendo corpo mole. Sinto uma mão me parar apoiando-a em meu ombro. Olho para a frente e é Isabela.

— Eu sei que você sabe que... — Parou e pensou bem no que iria dizer — Que eu tenho um caso com o Lorenzo. — Metralhou.

— Caso? — Então é verdade. Eu queria tanto que fosse mentira.

— Não se faça de boba... — me analisou de cima para baixo — Garota. — Terminou me lançando um olhar desprezível. — Mas você vai calar a boca. Nem ouse dizer para Vitor sobre, se não eu te... — Ela estava me ameaçando? — Você não vai ter paz. Só isso que eu lhe digo.

Eu não acredito. Além de trair o próprio namorado, ela quer me ameaçar! Eu não sei o que faço. Não sei se conto a ele, porque de certa forma ele tem que saber, não sei se fico quieta, não sei!

Apenas encaro ela e prefiro me fazer de desinformada.

— Você...Traiu o Vitor? — Fico boquiaberta. De certa forma eu estava surpresa, achei que fosse um engano.

Ela riu sarcástica e me olhou.

— Trair? Eu só beijei o Lorenzo. E às vezes falo com ele. Mas isso não é da sua conta, caso você conte a ele, vai passar a ser da sua conta e eu vou fazer um inferno na sua vida. — Ela me olhou profundamente, e eu fiquei com medo. É! Eu fiquei com medo.

—  Isabela...Como você teve coragem? Poxa, você viu minha pior fase justamente por causa de uma traição, e...Faz isso? Sabe, dói muito. — Tentei explicar mas ela estava pouco se importando. Ela estava sorrindo!

— Você não é ele. Vitor é um amor de pessoa, mas o Lorenzo parece ter superado! — Ela falou como se não fosse nada demais.

— Ah Isabela... — Olhei para ela tentando mostrar uma careta melancólica — Não faz isso. Poxa, ele te trata como princesa, larga esse...Lorenzo e para com essa bobagem! — Ela cruzou os braços e me encarou.

— Cala a boca! A única vez que você namorou foi com um cara feio, então, não sabe de nada. Você só levou...Bem, sabe o que. — riu.

— E isso te incentiva a...Fazer o mesmo que o Guilherme? — Perguntei encarando ela.

— É legal. — Caramba. Isabela está se tornando uma pessoa muito mal caráter. Ela esboçava um sorriso idiota no rosto.

Bufei olhando ela com dó, dó do Vitor e dela, por ter se tornado isso aí.

— Tchau, Isabela. — Fui saindo, mas ela puxou meu braço.

— Não ouse contar para ele! — Avisou e eu apenas ignorei indo embora.

Eu não sei o que fazer...

⭐🤍

Hoje era sábado, finalmente era sábado. É bem legal quando se tem um feriado e logo após o fim de semana. Sexta-feira teve aula, mas quinta-feira não. Uma pena que minha escola não deu ponto facultativo.

Com amor, Vitor Guttiz.Onde histórias criam vida. Descubra agora