trinta

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Parecia até cena de filme. A chuva cai bem na hora. Parece planejado, e será que não foi? Talvez Deus tenha achado muito clichê. Vitor parecia confuso com tudo, mas não hesitou em me levar para baixo de um telhado.

Nos sentamos e mesmo molhados eu não quero ir embora sem antes ouvir a resposta dele. Encaro ele esperando qualquer coisa que saísse dele, ruim ou bom. Eu queria uma resposta imediata. Ele não me encara, mas olha para o céu, porém, não demora para me olhar e um raio tomar conta do meu corpo. Parece que ele tem poder sobre mim, e será que não tem?

— Eu amo você. — Ouvir isso vindo dele me fez abrir o sorriso mais verdadeiro em toda a minha vida. As mãos macias e quentes encostam em meu rosto. Acariciando minhas bochechas com seu polegar, Vitor aproxima seu rosto do meu e sela nossos lábios. Por conta do fôlego, nos separamos e eu automaticamente dou um sorriso.

— Eu te amo. — Digo sem pensar duas vezes, sem dúvidas, com muita convicção. — Você quer ir lá em casa? Sabe...Meu pai está vivo e ele está lhe esperando lá.

— Vivo?! — Ele diz sem acreditar e abre aquele sorriso que me faz derreter por dentro. Dou uma risada boba, que nem eu mesma percebo. — Tá falando sério? Que incrível, princesa!  — Tá legal, me chamar de "princesa" me fez admirá-lo com uma expressão de bocó cada vez mais.

— Princesa!? — Perguntei soltando uma risada.

— Você é a minha princesa, ué. Por que?

— Nada. — Abraço ele rapidamente, sinto ele retribuir com muito carinho, dou um beijo na sua bochecha e olho ele.

— Vamos para sua casa...?

— Claro! Tá chovendo mas...

— Você quer que eu chame um Uber?

— Não. Ei, minha casa é perto! Vamos, precisamos sentir a natureza. — Sorri com minha ironia e então, levantamos e ele entrelaçou minha mão na dele, o que me fez alargar meu sorriso cada vez mais.

🤍🤍

S

enti um frio na barriga ao me aproximar da porta, imagino com Vitor está, eu expliquei que meu pai queria conhecer ele, Vitor não demonstrou tanto nervosismo, talvez ele seja calmo desse jeito mesmo.

— Tá bem?

— Eu tô... — Agora ele pegou na minha mão e apertou. Estava suada.

— Sua não está totalmente suada! — dei uma risada sem acreditar — Calma, meu pai é de boa!

— Tudo bem, eu sei, imagino. Você gostava muito dele. Mas nunca me falou muito sobre...Então, sabe como é, né?

— Não. Ainda não conheci seus pais. — ri. — Porque...Não namoramos, então...

— Eu vou fazer em breve! — me beijou rápido e logo encarou a porta.

Abri ela e lá estava meu pai assistindo TV. Parece que ele já sabia...

— Oi pai. Eu trouxe o Vitor... — Peguei na mão dele e acariciei, ele começou a ficar nervoso do nada.

— Hm. Vitor, — ele se levantou e veio até onde estávamos — prazer! Sou o pai da Leonor e da Isabela.

— Prazer, se...senhor. Sou o Vitor. — Ele virou gago. Chega ser engraçado. Eles deram um aperto de mão e então convidei-o para sentar no sofá.

— Bom, vocês vieram juntos? — Meu pai perguntou se sentando ao nosso lado.

— Eu encontrei ele na rua e aí decidi trazê-lo. — Sorri.

Com amor, Vitor Guttiz.Onde histórias criam vida. Descubra agora