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Pisei fundo no acelerador enquanto passava pela ponte que cruza o Rio Han. O vento que batia em meu rosto pelo vidro aberto me dava a sensação incrível de liberdade. Resolvi voltar às aulas mesmo que meu atestado médico dissesse que ainda tinha que permanecer em casa e repousar hoje. 

Pelo canto do olho, espiei Han no banco do passageiro ao meu lado. Ele parecia inquieto. Trocamos apenas duas palavras depois do que aconteceu ontem, dissemos apenas 'bom dia' e nada mais. O único som que podia ser ouvido ali era o do motor do carro trabalhando.

Minha cabeça estava cheia de ideias e pensamentos incontroláveis e eu planejava sair da aula hoje e ir direto à empresa falar com meu pai. Talvez eu estivesse indo longe demais em relação a isso, mas eu realmente queria saber o que aconteceu com o homem que me atacou, e queria saber ainda mais porque Jisung teve que ir atrás dele quando isso era claramente trabalho da polícia. Suspirei, parando no semáforo vermelho. Han podia ter se machucado feio indo atrás daquele maníaco. 

— Escuta, eu... — sua fala repentina me fez olhá-lo. Ele pensou muito antes de falar mais alguma coisa, então o interrompi.

— Ele foi preso, pelo menos? — minha pergunta pareceu surpreendê-lo — A polícia pelo menos prendeu o maníaco que me atacou com a faca? 

— Eu não sei… — Han olhava para o próprio colo, evitando qualquer contato visual comigo.

Suspirei, desistindo. Eu não devia nem ter perguntado nada, sabia que ele não responderia de qualquer jeito. Voltei meu olhar para a avenida, o sinal tinha acabado de abrir e acelerei novamente. Estava começando a repensar algumas coisas. Achava que podia confiar em Han, mas pelo visto ele não confia em mim o suficiente para me contar algo que diz respeito à minha própria vida, então por que eu estava confiando nele? Isso não me parece nem de longe uma via de mão dupla.

Dali em diante, me concentrei apenas em dirigir até a universidade. O silêncio era ensurdecedor dentro do carro, mas me mantive firme até parar no estacionamento da faculdade. Jisung tirou o cinto de segurança, puxando a maçaneta do veículo para sair, mas eu o mantive travado. Ele me olhou quando não conseguiu abrir a porta.

— Olha, Han, eu não queria ter que te mandar embora do seu trabalho como guarda-costas, mas isso não vai funcionar se você não confiar em mim. Eu tô confiando a minha segurança a você, mas você não consegue nem responder uma pergunta minha com sinceridade. Acha isso justo?

Pelo visto, deixei Jisung sem reação. Sua boca se entreabriu, como se quisesse dizer algo, mas nenhuma palavra saiu dela. Continuei:

— Eu sei como meu pai pode ser assustador, e também sei que foi ele quem te contratou pra estar aqui, mas de verdade, ele é a última pessoa em quem você deveria depositar a sua confiança. É horrível que eu tenha que te dizer isso, porque ele é meu pai, mas não posso jogar as sujeiras dele pra debaixo do tapete. Você entende?

Ele assentiu com a cabeça, parecendo pensar em tudo que eu havia dito. Não demorou muito para que me respondesse dessa vez.

— Me desculpe se não deixei isso claro dessa vez, mas eu confio na senhorita — sua primeira frase me surpreendeu, mas esperei que ele continuasse — Fui sincero quando disse que não sei o que aconteceu. O Sr. Kim me mandou encontrar ele e foi o que eu fiz. Teria sido demitido se não tivesse feito isso.

Já imaginava que algo assim pudesse ter acontecido, e entendia o medo de Jisung de perder o emprego, ainda mais depois que soube que ele cuida do irmão menor sozinho. Pelo visto, precisaria ir atrás desse assunto sem envolver Han nele, não queria dar ao meu pai nenhum motivo para demitir o guarda-costas.

— Você não amarrou ele ou espancou, né? — minhas sobrancelhas estavam erguidas, estava ansiosa pela resposta.

— Não! — ele pareceu ofendido com a minha pergunta — Eu só achei ele bebendo em um bar afastado do centro e liguei para o secretário Cho pra informar o endereço. Foi a ordem que recebi. 

Dear Bodyguard ♡ Han JisungOnde histórias criam vida. Descubra agora