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Não havia passado nem dez minutos desde que pousamos em Jeju quando meu celular começou a tocar loucamente. Era meu pai. É claro que o piloto já teria o avisado sobre eu ter pedido um voo às pressas.

— Não vai atender? — Han perguntou enquanto tentava chamar um táxi para nós dois sairmos do aeroporto. 

— Claro que não — respondi simplista — Se ele quiser falar comigo vai ter que vir até aqui. E eu duvido que ele desmarque qualquer compromisso só pra me ver.

Eu sabia bem disso, porque durante a minha vida inteira esperei que ele viesse às minhas apresentações da escola ou me levasse para tomar sorvete no meu aniversário, mas nada disso nunca aconteceu.

Entramos no táxi e, ali, meu coração já estava bem mais leve. Iria ver meus avós e isso era tudo o que importava para mim. Muitas lembranças surgiam em minha mente fazendo aquele caminho, sempre vinha com minha mãe para cá quando as férias do colégio chegavam, e eu vou me  lembrar daqueles dias como os mais divertidos da minha vida para sempre.

Quando estávamos para chegar no nosso destino eu já conseguia sentir o cheiro do mar invadir as minhas narinas. Abri ainda mais o vidro do táxi, aproveitando a linda vista da orla enquanto a brisa fresca batia em meu rosto. Céus, como eu amava aquilo!

Assim como eu me lembrava, a grande casa branca logo surgiu em minha visão, fazendo meu coração bater mais forte só de estar ali. Desci do carro, acompanhada por Jisung, que observava cada detalhe ao redor com atenção e caminhamos pela trilha de pedras que levava do jardim à entrada da casa. Até o ar era diferente ali.

Antes mesmo de chegar à porta, avistei meu avô, ele estava sentado em um banquinho na varanda, pintando uma tela que tinha quase a sua altura, sorri ao vê-lo daquela forma, com certeza minha mãe puxou dele o amor que tinha pela arte.

— Vovô! — gritei enquanto acenava, seu olhar veio instantaneamente para mim. 

— Jiwoo?! — ele se levantou do banco, esperando por nós. 

Tentei correr, mas com aquele vestido arrastando pelo chão, o caminho de pedras ficou um pouco difícil. Não demorou nem um segundo para Han segurar a barra da saia, deixando meus pés livres. Não tenho culpa de me sentir mexida com alguns de seus atos, ele sempre faz o tipo de coisa que deixaria qualquer um com borboletas no estômago. Mais uma vez, estava me sentindo assim.

— Querida! Venha ver quem está aqui! — o mais velho gritou quando cheguei na varanda. Ele tirou o avental de pintura para me abraçar forte — Jiwoo! Eu nem acredito que você tá aqui!

— Eu tava com muita saudade, vô — aproveitei seu abraço, me separando dele em seguida — Viemos passar uns dias, tudo bem? 

Só então ele mudou sua atenção para Jisung. 

— É claro que sim! — todas as frases de meu avô soavam animadas com a gente ali. Ele apertou a mão do guarda-costas, dando-lhe um abraço de lado em seguida — Pois seja bem-vindo, Sr. Han! É muito bom vê-lo novamente. 

Assim que minha avó surgiu na varanda, ela pareceu aterrorizada com o meu "visual". Colocou a mão por cima da boca ao me ver.

— Meu Deus, Jiwoo… não acredito que aquele crápula te forçou mesmo a se casar — ela me apertou forte em seu abraço, quase me esmagando. Senti sua voz trêmula, talvez estivesse segurando o choro.

— Vó, eu não casei! Deus me livre! — resmunguei, odiava só o fato de pensar nisso — Vim aqui pra fugir dele. De todos lá. 

— Pensei que tinha dito que estava com saudades — meu avô me olhou desconfiado, arrancando risadas nossas — Sua malcriada! 

Dear Bodyguard ♡ Han JisungOnde histórias criam vida. Descubra agora