Me sentia extremamente confusa por ver Han ali, naquele parque, sem saber como ele havia me encontrado. Mirei Seeun, que ainda estava sentada no chão tomando sua cerveja, ela me devolveu o olhar como se dissesse que eu devia ir falar com ele.
— O que está fazendo aqui, Han? — perguntei, caminhando até ele, que estava um pouco mais a frente.
— Vim buscar a senhorita.
A essa altura, a bebida já tinha feito sua parte e me deixado mais sincera do que eu gostaria.
— E por que você acha que precisa me buscar? Aliás, por que acha que eu iria querer ir com você? — cambaleei depois de pisar em um monte de folhas, me recompus em seguida — Eu não preciso da sua proteção!
Já era noite e estava escuro, mesmo assim, consegui ver ele engolir seco ao ouvir minha fala. Doeu por dentro de mim dizer palavras duras a Jisung, mas eu estava ciente de que não podia continuar tão perto dele agora que sabia que ele não me via da mesma forma que eu o via. Talvez minhas palavras tenham o machucado de verdade, porque ele apenas assentiu e disse:
— Tem razão, eu não devia ter vindo — suspirou, se virando para ir embora. Quando eu ia abrir a boca para chamá-lo de volta, ele girou de novo, ficando de frente para mim — Eu só… estava preocupado. A senhorita arrumou um lugar pra passar a noite?
Ergui as sobrancelhas por ele também saber que eu não tinha onde dormir. Como ele pode saber de tudo assim tão facilmente? Mordi os lábios enquanto ele me encarava esperando por minha resposta.
— Não — respondi baixo, por algum motivo, estava envergonhada em dizer isso.
— Vem ficar comigo.
Sua proposta me pegou desprevenida. Senti minhas bochechas quentes, não sabia se era o álcool fazendo efeito ou só meus sentimentos dando as caras novamente. Seeun se levantou, pegando as latas que tínhamos esvaziado minutos antes e as colocando em uma sacola.
— Bom pessoal, então eu vou indo nessa. Cuida bem dela, viu, Han Jisung? — colocou a mochila nas costas e passou por nós dois, acenando um tchau com a mão — Durmam bem, pombinhos!
A garota saiu saltitando antes que eu pudesse reclamar de sua última frase. O guarda-costas continuou me olhando, esperando que eu dissesse algo.
— Han, não acho que dormir na sua casa seja uma boa ideia.
— Por favor, pelo menos essa noite — suplicou — Você pode ficar no meu quarto, eu fico com Hyeongjun.
Parei alguns segundos para pensar, isso ia totalmente contra ao que eu sabia que era o certo a se fazer. Me afastar de Jisung e manter um relacionamento apenas profissional com ele. Mas eu não resisti a aceitar o errado.
— Certo. Eu vou com você.
[...]
Já fazia um bom tempo desde que eu havia estado no apartamento de Han. Quando entramos, ele pegou minha mochila para levar até o quarto, eu fiquei na sala sem mexer em nada esperando-o voltar. Me lembrava claramente do dia que fui pega por Hyeongjun fuxicando as coisas ao redor. Por falar no garoto, não demorou muito para ele aparecer na sala, veio de seu quarto segurando um livro e um lápis nas mãos.
— Não precisa ficar de pé aí, pode sentar no sofá, viu? — minhas sobrancelhas se ergueram em surpresa pela forma que o garoto falou — Pode ficar à vontade, só tente não vasculhar as coisas dos outros.
— Obrigada. Eu acho — sussurrei a última parte, me sentando no sofá.
Hyeongjun não aparentava ser um menino doente como Han me disse que é. Ele era mais do tipo travesso e respondão com os mais velhos, a não ser que ele fosse assim exclusivamente comigo. Quem sabe?
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
Hayran KurguSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...