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Quando eu cheguei na casa de Jisung, depois de quase ser atropelada e fugir de Henry, tudo que eu queria era desabar em lágrimas pra tirar de mim toda aquela angústia que estava sentindo, mas, quando cheguei lá, quem estava desabando em minha frente, era Han. 

Assim que coloquei os pés dentro do apartamento, eu o vi. Estava sentado no sofá, os cotovelos apoiados nas pernas e a cabeça abaixada. As lágrimas em seus olhos caíam pesadas diretamente no chão, ele nem se mexeu ao me ouvir entrar. 

Corri até ele, preocupada, mas não abri minha boca para perguntar nada. Apenas me agachei ao seu lado e segurei sua mão. Seu choro era tão intenso que ele chegava a soluçar, senti um nó se formar em minha garganta ao vê-lo daquele jeito. 

— É um problema grave no coração, ele precisa de cirurgia — sua fala me atingiu como uma bala, não queria acreditar que Hyeongjun estava tão doente assim.

Me sentei ao seu lado, acariciando suas costas para tentar dá-lo algum conforto. Jisung deitou a cabeça em meu ombro, chorando inconsolavelmente.

— Se não operar logo, eu posso perd-

Não o permiti terminar aquela frase. Interrompi logo, dizendo:

— Ei, tá tudo bem, ele vai ficar bem — tentei esconder o embargo em minha voz. 

— A cirurgia é muito cara, eu não posso pagar, Srta. Kim…

Não pensei que seria possível, mas meu coração doeu ainda mais depois de ouvir aquilo. Isso não seria um problema para mim se eu ainda vivesse na mansão, qualquer um dos cartões de crédito sem limite que eu tinha enquanto vivia lá poderia resolver isso em um piscar de olhos. Nesse momento, pensei que deveria voltar e fazer as pazes com meu pai. Não importava o que me custaria, tinha que ajudar Hyeongjun. 

— Não importa, Han. Ele vai ficar bem, eu te prometo. 

Dessa vez, falei com convicção, Jisung parou de chorar por um segundo e levantou a cabeça para me olhar. Seu rosto estava molhado, assim como alguns fios de cabelo que haviam grudado em sua testa com o suor. Afastei alguns fios para o lado, acariciando seu rosto. Nós não éramos próximos o suficiente para esse tipo de carícia, mas ele não me impediu em nenhum momento, apenas deitou ainda mais a cabeça em minha mão, fechando os olhos por alguns segundos. 

Ele já cuidou tanto de mim, está na hora de retribuir, pelo menos um pouco. 

Ficamos ali por um longo tempo até Han parar de chorar, mal tinha me dado conta de que passamos a noite no sofá. Quando acordei, estava com o braço completamente adormecido, Jisung estava dormindo por cima dele. Me mexer significaria acordá-lo, e sei o quanto demorou até que pegasse no sono a noite; resolvi ficar parada até que ele acordasse sozinho. 

Os raios solares já entravam por baixo da porta, o nascer de mais um dia me deu uma breve esperança de que tudo poderia ficar bem no fim das contas, eu ainda acreditava nisso mesmo com todos os problemas. Pensei muito antes de dormir. Em tudo. Estava decidida a voltar para a mansão hoje mesmo. Perderia um dia de aula, mas a manhã era suficiente para arrumar as minhas coisas e buscar o carro, que havia ficado parado próximo à loja de conveniência. 

Talvez Jisung nem queira aceitar a minha ajuda em dinheiro, mas eu não me perdoaria se não tentasse, pelo menos. Preciso fazer isso por Han e Hyeongjun. 

Observei o rapaz quando ele suspirou forte durante o sono, podia ver o inchaço de suas pálpebras mesmo que ele estivesse de olhos fechados. A tristeza me tomou por completo ao lembrar das lágrimas que o rapaz derramou na noite anterior. No segundo seguinte, meus pensamentos foram tomados pelo garotinho que surgiu na sala, cambaleando enquanto coçava os olhos. 

Dear Bodyguard ♡ Han JisungOnde histórias criam vida. Descubra agora