No dia seguinte eu me levantei já pensando na primeira coisa que iria fazer hoje. Preciso falar com o secretário Cho e pedir que ele convença meu pai a não demitir Han. Parece contraditório da minha parte, porque eu sempre deixei claro que não queria um guarda-costas atrás de mim, mas sei que Jisung precisa muito desse emprego para cuidar do irmão e, além disso, se meu pai o demitir, vai contratar outra pessoa em seu lugar, então eu tenho que lutar para manter Han nele.
Olhei no espelho, me lembrando que precisava passar pomada nos arranhões e trocar o curativo do pescoço, mas estava apressada demais para isso. Saí tropeçando do quarto e quase caí de joelhos no chão, se não fosse pelo corpo em minha frente que me segurou. Me ergui com sua ajuda, finalmente parando meus olhos nos seus. Meu coração balançou com o seu toque, Jisung estava ali.
— Han? — ainda nem acreditava que estava o vendo ali. Meu olhar se tornou confuso — V-você…? Quer dizer, meu pai não?
— Dei um jeito nisso, não se preocupe — ele me inspecionou tentando ver se eu tinha me machucado — Como está se sentindo?
— Como assim deu um jeito? — sabia que meu pai não facilitaria as coisas depois que Han deixou o homem que me atacou escapar — Meu pai não mandou o secretário Cho te dispensar?
— Ele ameaçou me demitir se eu não cumprisse a ordem dele — ergui as sobrancelhas surpresa, Jisung olhou como se dissesse que estava tudo bem — Mas você não precisa pensar nisso, Srta. Kim, eu já cuidei de tudo.
— Tudo o que? — me sentia extremamente curiosa, queria saber o que ele fez para mudar a mente de meu pai.
— Vamos deixar isso pra lá, certo? Quero que a senhorita foque apenas na sua recuperação. Por falar nisso, já comeu? Precisa se alimentar bem.
Enquanto dizia essas palavras, Jisung me empurrava pelas costas em direção à cozinha. Não relutei, estava mesmo com fome, mas com certeza não tinha esquecido da nossa conversa. Ainda vou descobrir qual foi a ordem que meu pai deu a ele.
— Olha isso, Sra. Jeon, ela já estava querendo escapar de casa antes mesmo de tomar café da manhã — Jisung me dedurou, abri a boca incrédula.
— Yá! Não é nada disso, Sra. Jeon! Eu já tava vindo comer! — fiz uma careta e resmunguei apenas para o guarda-costas ouvir: — Dedo duro!
A mulher me fuzilou com aquele olhar que dizia claramente que eu estaria em apuros se não obedecesse e sentasse para comer. Han puxou a cadeira para eu me sentar e comecei a tomar meu café enquanto os dois reclamavam do meu jeito teimoso como se eu não estivesse ali. Estranhei o relacionamento tão próximo dos dois, mas continuei em silêncio mastigando minha refeição. É bom que Jisung faça amizade com ela, é uma das poucas pessoas que confio nessa casa. Terminei de comer e decidi voltar ao meu quarto. Meu atestado médico pedia dois dias de repouso em casa antes de voltar às aulas, mas pretendo aproveitar esse tempo para terminar uma lista enorme de exercícios de Geometria Descritiva, uma das matérias da minha grade nesse semestre.
— Vou passar o dia no quarto estudando, Han — avisei quando chegamos na porta do cômodo — Você pode ficar na sala, no jardim ou onde for mais confortável pra você. Se eu precisar sair, peço para te chamarem, tudo bem?
— Vou ficar aqui fora, como sempre, Srta. Kim.
— Não precisa ficar de pé aí o dia inteiro, eu te chamo se for sair, prometo. Vou ficar bem, não se preocupa.
— Como não vou me preocupar? A senhorita nem sequer trocou o seu curativo hoje — ele analisou meu pescoço, vendo a bagunça que o esparadrapo antigo estava. O tapei com a mão involuntariamente.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
FanficSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...