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Alguns dias se passaram desde que voltei da casa dos meus avós. O que aconteceu em Jeju ainda tirava meu sono a noite, ainda mais quando eu tinha que ver Han Jisung todos os dias. Não sabia exatamente como me sentir, às vezes desejava nunca ter me aproximado de um homem que foi contratado para ser meu guarda-costas quando eu nem mesmo queria ter um, mas, outras vezes, na verdade sempre que o via, o que eu mais desejava era ser correspondida.

O pior de tudo era que os meus problemas amorosos não eram nem de longe a minha maior preocupação nesse momento. Eu precisava arrumar um emprego. Meu pai confiscou meus cartões de crédito e deixou extremamente claro que não me daria mais nem um won enquanto eu não me desculpasse com a família Green e reatasse o noivado. Não sei nem como ele continua pagando o salário de Han e a mensalidade da minha faculdade. Talvez tenha ficado com medo de que eu cometesse uma loucura caso tivesse me tirado o que é mais importante para mim.

Ele não me expulsou de casa, mas eu mesma fiz questão de sair. Não que eu tivesse condições de me manter sozinha nesse momento, mas Hyunjin me deu uma mãozinha. Passei as últimas noites dormindo escondida em sua casa. Sei o quanto isso é ridículo de se dizer em voz alta, porque teoricamente eu deveria ser bem recebida na casa de pessoas que são minha família, mas o Sr. Hwang é leal ao meu pai, nunca me deixaria ficar sabendo que estou indo contra Kim Taesoo.

Levantei cedo para me arrumar, o dia seria longo e eu precisava procurar um emprego depois da aula. Para não correr risco de ser pega por algum funcionário da casa que fosse limpar os cômodos, fiquei com Hyunjin em seu quarto. O sofá dele era mais confortável do que eu imaginava. Caminhei na ponta dos pés para não acordar meu primo, mas só depois percebi que a montanha em cima de sua cama era só cobertores bagunçados. Por um milagre, ele havia se levantado primeiro que eu hoje.

Terminei de me arrumar no banheiro, saindo com a toalha úmida no ombro quando dei de cara com Hyunjin no quarto. Ele já estava vestido com o terno para sair para o trabalho e me aguardava sentado na cama.

- Jiwoonie, vem cá - deu tapinhas no colchão ao seu lado, eu me sentei, sem entender muito bem.

- O que foi, Hyun? - o encarei confusa.

- Eu nem sei como te dizer isso, mas... você vai precisar ir embora. Me desculpa...

Para ser sincera, eu já esperava que isso fosse acontecer. Não tinha como me manter escondida aqui por tanto tempo. Mesmo já sabendo a resposta, decidi confirmar:

- Seu pai sabe que estou aqui? - ele acenou com a cabeça e murmurou um "uhum" baixo - E você sabe se meu pai já descobriu?

- A essa hora ele já deve saber.

Respirei fundo e assenti. Minhas coisas já estavam arrumadas na mochila para caso isso acontecesse de repente. Observei meu primo, ele parecia completamente desapontado por ter que me deixar ir embora.

- Tudo bem, Hyun. Você sabe que isso não é culpa sua. Vou ficar bem, não se preocupa, tá?

Ele passou o braço ao redor de mim, me abraçando de lado. Sorri com o gesto, era bom ter o seu apoio nesse momento.

Neguei prontamente com a cabeça quando Hyunjin me estendeu um envelope branco. Não podia aceitar dinheiro dele.

- É um empréstimo - avisou - saiba que vou atrás de você se não me pagar.

Suspirei, pegando o envelope de sua mão.

- Obrigada por tudo, Hyun. Te dou notícias.

E, colocando minha mochila nas costas, saí pela porta dos fundos da mansão.

[...]

Na faculdade, nem desenhar um projeto fez meu ânimo aumentar. Tinha tanto com que me preocupar que não consegui me sentir feliz desenhando pela primeira vez em muito tempo. Seeun me cutucou com o cotovelo.

Dear Bodyguard ♡ Han JisungOnde histórias criam vida. Descubra agora