Não vou negar que senti medo ao voltar àquela mansão. O lugar, que deixou de ser meu lar há muito tempo, parecia exatamente igual a quando saí. Imponente, luxuosa e sem amor.
Não procurei a Sra. Jeon assim que cheguei, queria conversar com meu pai primeiro, então, fui direto para o escritório da mansão, iria esperar por Kim Taesoo lá. Já era noite, então ele não demoraria. Passei a tarde no que provavelmente seria meu último dia trabalhando na loja de conveniência e em seguida vim pra cá.
Caminhei ao redor da sala; a mesa do escritório estava impecavelmente arrumada, exceto por uma pilha de papéis que meu pai provavelmente irá ler e assinar depois de chegar da empresa. Me sentei em uma das cadeiras e passei o tempo pesquisando notícias no celular. Não havia nada sobre a Lux Like nem escândalos envolvendo o nome de meu pai. Eu me lembrei de repente do homem que me seguiu e me atacou com a faca uns meses antes. Kim Taesoo não me deu nenhuma pista do que tinha acontecido com ele, apesar de eu ter certeza que o secretário Cho se encontrou com ele. Talvez tenha oferecido dinheiro para que ele permanecesse de boca fechada e não contasse nada sobre a morte de seu pai na Lux Like. Espero que não seja nada mais do que isso. Chantagear alguém é algo que sempre soube que meu pai é capaz de fazer.
E por falar no Kim…
Despertei de meus pensamentos quando ele entrou pela porta do escritório.
— Então você voltou mesmo — ele deu duas batidinhas em meu ombro ao passar por mim e sentar na cadeira imponente do outro lado da mesa — Estou curioso pra saber o motivo.
— O motivo é o mesmo que move o senhor — fui direto ao ponto, não queria que a conversa durasse mais que o necessário — Me diga o que preciso fazer pra voltar a desfrutar do seu dinheiro.
— Você já sabe o que precisa fazer — me encarou por cima dos óculos.
— Pode esperar pelo menos eu me formar? Casar enquanto tô na faculdade vai atrapalhar meus estudos — seu rosto negava, claramente, mas continuei tentando convencê-lo: — Eu posso pegar mais matérias e terminar o curso em menos tempo, dois anos no máximo, eu prometo.
Ele pareceu ponderar a ideia. Tudo que eu menos queria era me casar com Henry. Mas, se meu pai acreditasse em mim e aceitasse minha proposta, eu poderia pagar pela cirurgia de Hyeongjun e fugir novamente quando o assunto casamento voltar à tona. O problema era que meu pai não era nada, nada bobo.
— E quem me garante que você não vai fugir de casa de novo? Como fez agora?
— Vou assinar um contrato. Um que seja bom pra ambos os lados.
Na pior das hipóteses, posso me casar e me divorciar no dia seguinte. Só não posso deixar de ajudar Jisung e seu irmão.
— Contrato? Parece que finalmente está crescendo, Jiwoo — ele riu pelo nariz, quase debochando — Traga o contrato, se eu aprovar, você assina e faremos dessa forma. Não me agradaria se você perdesse rendimento na faculdade. Você tem que ser a número um, sempre.
— Claro, papai — quase torci os lábios, tamanho era o meu desgosto com aquela conversa — Então posso voltar?
— Essa mansão vai ser sua um dia, Jiwoo. E sabe que nunca deixei de te dar nenhum luxo desde que nasceu — ele abriu a gaveta embaixo da mesa, remexendo nas coisas ali — Tome. Assim que o contrato estiver assinado, serão desbloqueados. Só não esqueça: continue sendo sempre a número um.
Ele me entregou os cartões que havia confiscado quando fui embora. Eram três, todos sem limite. Eu, que nunca tinha dado o menor valor para aquilo, senti meu coração se aliviar ao pegar os objetos nas mãos. Poderia ajudar Hyeongjun a se curar.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
FanficSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...