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Nunca tinha enfrentado uma madrugada tão esquisita quanto aquela. O galpão que Jisung havia mencionado ficava em uma área mal iluminada e afastada da cidade. A pouca luz que conseguia ver naquela noite escura era a da lua, que aparecia vez ou outra entre as nuvens no céu, além de alguns postes a alguns metros de distância dali. Nós ficamos dentro do carro com os faróis apagados, olhando o movimento quase nulo nos arredores do galpão. 

Tudo ali era sujo e mal arrumado, chegava a dar arrepios. Parecia uma área industrial que foi abandonada há anos. Um único veículo estava parado perto do prédio onde Jisung achava ser o cativeiro de Dojun, era uma moto popular preta, não muito nova.

— Aquela moto estava ali quando veio da última vez? — perguntei, Han balançou a cabeça confirmando.

— Aquela moto e mais dois carros — informou — Pode ser que fossem da gangue também. 

— Quer dizer que podem estar em um número menor lá dentro — constatei, Han esticou o pescoço tentando ver melhor o lado de fora — Não vamos conseguir ver nada daqui, temos que chegar mais perto!

— Não mesmo, é perigoso Ji- mas antes que ele pudesse completar a frase, eu saí do carro — Jiwoo! 

Han continuou me chamando, tentando me fazer parar enquanto me seguia apressado, olhando para os lados constantemente para se certificar de que não seríamos vistos. Eu continuei andando, chegando até a grande porta de ferro e encostando meu ouvido nela para tentar escutar algo.

— Shh — pedi ao rapaz, fazendo um gesto com a mão na boca — quero ver se tem gente lá dentro. 

Ele me encarou com um olhar que dizia claramente “por que é que você nunca me escuta?” e esperou três segundos até pegar a minha mão e me puxar dali. 

— Vem comigo — sussurrou, nos tirando da frente da porta. 

Demos a volta no galpão, correndo meio agachados enquanto tentávamos não fazer nenhum barulho. Quando paramos na parte de trás do prédio, Jisung soltou minha mão. 

— Veja — apontou para a pequena janela velha na parede. Logo me abaixei, tentando ver algo lá dentro e não ser vista por ninguém. 

A janela era praticamente no chão, do lado de fora não era possível reparar, mas o galpão era, na verdade, um tipo de porão, que ficava abaixo do nível da rua. O vidro da janela era tão velho e desgastado, que foi difícil enxergar por ele. Uma única fresta, causada por uma pequena avaria, me deixava ver o interior do lugar. 

Continuei forçando a minha visão para o lado de dentro, enquanto Jisung permanecia de pé atrás de mim, vigiando para que ninguém nos pegasse ali. Era um pouco difícil dizer com certeza, mas identifiquei o que parecia ser uma pessoa deitada próximo à uma parede, não era perto o suficiente pra saber se era realmente Jin Dojun e se estava preso ali. Tudo que eu realmente sabia, era que havia alguém lá dentro. E, no segundo seguinte, descobri que aquela não era a única pessoa. 

O barulho dos passos na direção do corpo deitado me fez recuar da janela. Levantei depressa, olhando para Jisung com o rosto amedrontado. Mais uma vez, ele segurou a minha mão e me tirou dali. Nós corremos até o carro e entramos depressa, Han dirigiu por volta de dois quilômetros para nos afastarmos do galpão e estacionou o carro na frente da primeira loja de conveniência que encontrou. 

— Me lembre de nunca mais deixar você me convencer a fazer esse tipo de coisa — ele respirou fundo e soltou o ar de um jeito dramático. 

— Me lembre de nunca mais tentar te convencer a fazer esse tipo de coisa — também suspirei, levando a mão ao peito. Realmente tinha me assustado com o que aconteceu — E se ele tiver me visto pela janela? 

Dear Bodyguard ♡ Han JisungOnde histórias criam vida. Descubra agora