Como eu já havia imaginado, a ressaca depois de minha bebedeira com Seeun me atingiu em cheio no dia seguinte. Me revirei na cama, sentindo uma dificuldade enorme em abrir os olhos. Faltar na aula não estava nos meus planos, ainda mais agora que preciso fazer cinco anos de curso em apenas dois. Abri apenas um olho, verificando o horário no celular. A sensação de alívio me atingiu; era sábado. Fico me perguntando como pude esquecer disso. Bom, é fato que minha mente não está em seu normal nos últimos tempos.
Muitos dos meus pensamentos sadios estão sendo empurrados com toda força para fora da cabeça para dar lugar a uma só coisa. Ou melhor, uma só pessoa.
Toc toc. Minhas têmporas latejaram com o barulho vindo da porta.
— Srta. Kim? Está acordada?
A voz dele era baixa, talvez estivesse com medo de me despertar caso eu ainda estivesse dormindo. Meu coração acelerou, sem entender porque Jisung estava ali.
— Pode entrar — respondi, mesmo com a resistência das cordas vocais recém-acordadas.
Me escondi melhor debaixo do edredom, deixando apenas o rosto para fora. Meu pijama era um pouco vergonhoso, apesar de Han ter me visto usando ele na primeira vez que nos vimos. Lembrar disso ainda era embaraçoso.
— Pode acender a luz — falei, mas me arrependi no segundo seguinte. Fiz uma careta feia quando o clarão chegou em meus olhos.
— Acho que não foi uma boa ideia — ele sorriu, se aproximando da cama.
— Tudo bem — sorri de volta — Por que tá aqui? Não devia estar no hospital com seu irmão?
— Não tá feliz em me ver? Vim te contar uma coisa — disse em um tom zombeteiro, escondi um pouco mais do rosto debaixo do edredom, deixando apenas o nariz e os olhos de fora — Minha vó chegou do interior ontem a noite, vai me ajudar com o Hyeongjun pra eu poder trabalhar.
Eu não fazia ideia que Jisung tinha uma avó, mas resolvi não me aprofundar nesse assunto, pelo menos por agora. Me arrastei um pouco mais para o lado da cama, dando tapinhas no colchão para que ele se sentasse.
— Te disse que não precisava se preocupar com isso. Pode ficar fora quantos dias precisar.
Ele se sentou ao meu lado, esperei que dissesse algo, mas ele ficou em silêncio por algum tempo. Foi quando eu notei sua careta, ele estava com um biquinho, fungando ao meu redor. DROGA!
Eu não tomei banho ontem depois de chegar, só vesti o pijama correndo e me joguei aqui.
— A senhorita bebeu? — tentei me afastar, mas o guarda-costas me segurou no lugar — Bebeu ou não?
— Um pouco — o calor subiu até meu rosto; mal-humorada, arranquei o edredom de cima de mim até a cintura — Agora, será que dá pra você falar mais baixo?
— Certo, espera aqui.
Han não me deu nem tempo para responder, saiu do quarto e sumiu escadas abaixo. No entanto, não demorou muito para que voltasse, talvez dez minutos tivessem passado, eu não sei ao certo, pois estava ocupada demais me martirizando por ter recebido no meu quarto o homem por quem estou apaixonada enquanto estava fedendo.
Me sentei na cama assim que o vi voltando. Trazia em sua mão um copo com o que parecia ser um suco verde bem esquisito.
— Aqui, beba tudo — ele estendeu o objeto para mim, balancei a cabeça negando.
— O que é isso?
— Ora, esse é o Elixir Cura Porre do Han Jisung! — respondeu com orgulho. Contra minha vontade, segurei o copo.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
Hayran KurguSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...