Os meses desde que Jisung foi embora da mansão passaram sem se importar com a dor que eu sentia por não poder mais estar perto dele. Os dias quentes e floridos se foram em um piscar de olhos e agora tudo o que eu sentia ao me levantar da cama a cada manhã era um frio enorme, capaz de me congelar por inteira.
Era exatamente como a minha vida. Todo o calor que sentia e as cores que via ao meu redor foram embora junto com Han Jisung.
— Jiwoo, você precisa levantar. Tem aula hoje.
Me revirei na cama, ouvindo uma voz ao longe me chamando. Senti meu ombro ser chacoalhado e abri os olhos com dificuldade, era o quarto de Hyunjin. As lembranças de ontem a noite foram voltando à minha mente. Já tinha perdido as contas de quantas madrugadas passei bebendo para tentar aliviar a minha dor de alguma forma.
— Obrigada, Hyun — falei com dificuldade, sentindo minha cabeça pesada — E me desculpa por ter te ligado tão tarde ontem pra me buscar. Ainda mais nessas condições.
— Tudo bem, agora vá tomar um banho — ele me entregou uma toalha limpa — E, Jiwoo, seu segurança já chegou, está te esperando lá fora… eu… sinto muito.
Apenas balancei a cabeça sem muita expressividade. Como já era de se esperar, meu pai colocou um novo guarda-costas para me acompanhar; na verdade, ele pagava aquele homem para me vigiar noite e dia para que eu não pudesse ver Jisung.
Por sorte, ainda existem anjos em minha vida e, com a ajuda de Seeun, Han conseguiu entrar na faculdade e finalmente nos encontramos alguns dias atrás. Ele me esperou dentro de um banheiro feminino no campus, onde o novo segurança não pôde me seguir.
Mesmo breve, o nosso encontro me fez levantar da cama com um pouco mais de força e vontade de seguir em frente, ainda que a saudade às vezes ainda fale mais alto e me faça acabar bêbada em uma barraca de comida de rua como aconteceu na última noite. Eu seguia em frente por causa da promessa que Jisung me fez naquele banheiro mal-arrumado:
Eu vou te livrar dessa prisão. Você vai ver.
Uma hora depois, eu já estava na faculdade. A sala de projetos, embora estivesse cheia de alunos, parecia vazia para mim, porque antes Han passava as tardes aqui comigo. Olhei para a tela do meu celular, não podia nem esperar por uma ligação dele, já que Kim Taesoo bloqueou o meu número antigo e agora vigia até mesmo as chamadas que faço regularmente.
Era um pesadelo.
Depois dos ponteiros do relógio se arrastarem, finalmente era hora de ir embora. Seeun sussurrou algo em meu ouvido ao se despedir de mim, mas não consegui entender o que era. A procurei, confusa, mas a garota desapareceu entre os outros estudantes já do lado de fora do prédio.
Um pouco mais à frente, vi uma aglomeração se formando na praça do campus, um palco estava montado e parecia que uma banda viria tocar. Franzi as sobrancelhas, sem entender. Não sabia que teria um evento aqui hoje. Os gritos das garotas que passaram correndo na direção do palanque eram tão finos que fizeram meu ouvido doer.
Arregalei os olhos quando o segurança, que estava junto comigo, caiu no chão. Ou melhor, foi empurrado por alguém no meio da confusão. Podia jurar que tinha sido Seeun…
— Vem comigo, te explico depois!
Fui puxada da visão do guarda-costas; quando olhei para trás, o vi se levantando enquanto me procurava ao redor, sem saber o que tinha acontecido. Olhei para frente novamente, quem segurava a minha mão e abria caminho entre as pessoas para corrermos era Jisung.
Quando já estávamos longe o suficiente para não sermos pegos, entramos no carro de Han. Levei a mão ao peito, tentando controlar a respiração descompassada depois de toda aquela corrida enquanto ele ligava o veículo para sairmos dali.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
Fiksi PenggemarSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...