Os dias após minha ida com Jisung ao galpão para procurar pistas sobre Jin Dojun passaram depressa. Sem mais nenhuma informação nova desde aquele dia, estava decidida a deixar o caso nas mãos da polícia de uma vez por todas. Se Kim Taesoo estiver envolvido nisso, ele que arque com as consequências. Eu não podia mais adiar contar a verdade, mesmo que a pessoa que está lá, naquele galpão, não seja quem estou pensando que é, algo ruim está acontecendo, a polícia pode cuidar disso muito melhor que eu.
Fiz o possível para tirar isso da minha cabeça, pelo menos por hoje. Diferente dos últimos dias, consegui me animar um pouco ao acordar, iria com Hyeongjun e Jisung ao Lotte World. Eu me arrumei cedo e desci as escadas da mansão, minha intenção era chegar no estacionamento, pegar meu carro e buscar os garotos, já que Han estava de folga, eu só não esperava encontrar Henry ali, sentado em uma das poltronas.
Era a primeira vez que o via desde o dia que ele ameaçou contar ao meu pai sobre Jisung e eu. Não podia acreditar na cara de pau dele de aparecer aqui como se nada tivesse acontecido.
— Não precisa me estraçalhar com os olhos, eu só vim ver como você tá e… me desculpar pela última vez.
Por algum motivo, seu olhar sobre mim era diferente hoje. Não parecia bravo e nem calmo, era como se estivesse me analisando. Esse sentimento de estar sendo investigada, quase que examinada por ele, me deu calafrios, mas resolvi comprimir isso dentro de mim e o olhei com o mesmo olhar fuzilante de antes.
— Tá de brincadeira, né? — o nojo que eu sentia dentro de mim deu as caras. Não esperei sua resposta — Não sei quem te disse que podia ficar aqui me esperando, mas não tenho nada pra conversar com você, Henry.
Esse jeito “morde e assopra” dele já tinha me dado nos nervos. Ele fala e faz coisas que não deveria, depois vem pedir desculpas e traz flores, como se isso fosse resolver as merdas que ele faz. O lindo buquê da vez estava apoiado em cima do aparador na sala.
— Você não vai nem mesmo me dar uma chance de me explicar? — odiava como ele conseguia parecer um cachorrinho inofensivo quando queria — Poxa, Jiwoo, apesar dos pesares, nós ainda vamos nos casar. Gostaria que tivéssemos uma relação melhor.
Eu soltei uma única risada, incrédula com o que tinha acabado de ouvir. Podia perder meu tempo tendo a mesma discussão de sempre com ele, mas tinha algo muito mais importante para fazer. Passei por Henry, andando para a lateral da mansão, onde o elevador descia para o estacionamento subterrâneo; apertei o botão de chamado, e só então percebi o Green me seguiu.
— Está de saída? Eu te acompanho.
— Não.
Entrei no elevador, ficando de frente para o rapaz, que estava parado do lado de fora. A expressão examinadora ainda estava em seu olhar, eu não conseguia entender o motivo. As portas se fecharam e senti aquela sensação ruim finalmente indo embora.
Saí do elevador, indo até meu carro que estava estacionado quase na última vaga. Todas as outras estavam ocupadas pelos carros de luxo do meu pai. Dei partida, tentando esquecer o quão estranha foi a forma que Henry me olhou há pouco. Balancei a cabeça, colocando uma expressão animada no rosto, minha missão hoje é deixar Hyeongjun feliz. Nada mais importa.
Pouco depois, parei na frente do prédio de Jisung, não demorou muito para avistar os irmãos descendo as escadas em minha direção. Me alegrei vendo como os dois estavam radiantes. O mais novo chegou ao térreo e veio correndo em direção ao carro, me cumprimentando e já entrando no banco traseiro. Han chegou um pouco depois, veio andando normalmente, mas seu sorriso se iluminava de orelha à orelha vendo a felicidade do caçula.
— Por que não veio correndo também? — brinquei, vendo Jisung se aproximar pelo vidro da janela que estava aberto.
— Meus joelhos já não são os mesmos de quando eu era criança — ele apoiou os braços na janela, me olhando de fora — Por que não me deixou te buscar na mansão? Eu podia dirigir hoje.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
FanfictionSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...