A luz de fora através da porta escancarada mostrava que já estava quase amanhecendo, eu havia passado a noite nesse cativeiro. Mas, de repente, toda a dor e medo que sentia se foram.
Porque Jisung estava ali.
Ele correu até mim, e eu senti meu coração acelerar, dessa vez pelo melhor motivo de todos.
— Jiwoo! Você tá bem?!
Han se agachou em minha frente, passando seu braço pelo meu corpo para me ajudar a sentar. Ouvi-lo chamar o meu nome ainda era como estar escutando a melodia mais linda do mundo. Eu amava aquela voz. Balancei a cabeça, respondendo que estava bem, depois de ver que sua expressão desesperada não havia sumido ao me encontrar.
— Me perdoa por ter demorado tanto! — enquanto falava, ele começou a me desamarrar, apressado demais para me livrar daquelas cordas.
— Ei, tá tudo bem — tentei tranquilizá-lo, a respiração de Jisung estava descompassada — Sei que veio o mais rápido que pôde.
Quando terminou de me desamarrar, Han segurou o meu rosto entre suas mãos, me olhando com cuidado. Ele acariciou minha bochecha, e senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Do outro lado, percebi que Jisung se esforçava para segurar o choro, seus olhos estavam marejados.
Ele me abraçou forte, e foi como se aquele abraço dissesse que agora eu estava segura, não importava o que acontecesse. Enquanto estivesse nos braços dele, sabia que estaria bem. Han nos separou para me olhar.
— Vou te tirar daqui, nem que seja a última coisa que eu faça na vida.
A fala decidida dele me fez pensar. Nem que seja a última coisa que ele faça na vida? O que isso queria dizer?
Só então reparei que ele estava com as mãos machucadas e a roupa manchada de sangue em alguns lugares. Ele tinha brigado com os bandidos pra chegar até aqui? Esse pensamento começou a atormentar a minha cabeça. Quando estava prestes a perguntar o que tinha acontecido, Gyuri me interrompeu:
— Essa foi a cena de dorama mais linda que eu já vi… mas seria bom se você pudesse me dar uma mãozinha aqui também!
Nem havia me dado conta de que ela ainda estava amarrada; a garota parou de esfregar a corda no chão, mostrando os punhos na direção de Jisung. Ele limpou a garganta de um jeito embaraçado, indo até a garota para ajudar.
— Você tá indo bem com a corda, mas como vamos fazer pra soltar ele? — a garota apontou para Jin Dojun enquanto Han cortava com um canivete as cordas que envolviam suas mãos e pés.
Tinha me esquecido completamente que, diferente de nós duas, Dojun estava preso por correntes. Ele permanecia desacordado desde o golpe que levou do homem que ouvi ser chamado de Alfa.
— Há quanto tempo ele tá desmaiado?
— Algumas horas. Bateram nele com aquele bastão — apontei para a barra de ferro jogada no chão.
Jisung me ajudou a levantar, e caminhei junto com ele para perto do rapaz caído.
— Isso não é nada bom — Han se agachou, pegando no pulso de Dojun e encostando o rosto em seu tórax — Os sinais vitais dele estão muito fracos.
Franzi o rosto, preocupada. Não queria nem pensar na possibilidade de Jin Dojun não acordar mais. Comecei a procurar pelo galpão algum objeto que pudéssemos usar para quebrar aquela corrente. Tínhamos que tirá-lo dali, acordado ou não. Gyuri se juntou à mim, nós procuramos em todos os cantos, inclusive nas pilhas de tralhas, enquanto Jisung chutava o corrimão de metal onde as correntes estavam presas, tentando quebrá-lo.
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Dear Bodyguard ♡ Han Jisung
FanficSeria mentira dizer que Kim Jiwoo tinha uma vida fácil mesmo sendo a filha do dono da maior empresa de cosméticos da Coreia do Sul. A mansão milionária, embora fosse extremamente luxuosa, não parecia um lar para Jiwoo desde o falecimento de sua mãe...