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🚨‼️Este capítulo retrata uma crise de ansiedade e assuntos que possam ser gatilho. ‼️🚨

Mariana Rodrigues
📍Barra da Tijuca - Casa do Gabriel
(Ouçam no repeat What Was I Made For? - Billie Eilish)

São quatro da manhã e meu celular não para de vibrar, tem um número desconhecido na tela, eu só atendo no automático.

— Mariana? — A voz do outro lado da linha é familiar mas tô com sono demais pra lembrar de quem é — Você tá na sua casa? — Continua.

— Tô, quem tá falando?

— É o Fabio, Fabinho.

— Espero que seja algo muito importante pra você em acordar às 3 da manhã.

— É o Gabriel, você tem como vir até aqui na casa dele? Eu mandei alguém te buscar aí na verdade.

— Aconteceu alguma coisa? — Eu dou um pulo da cama no mesmo instante e corro pra vestir a primeira coisa que eu encontro, um conjunto de moletom.

— Nada de grave só vem pra cá. O segurança já deve tá aí em baixo.

Eu desligo o celular, cato minha bolsa e desço. Por algum momento passa pela minha cabeça que isso pode ser mentira mas o pensamento some quando lembro que pelo tom de voz, Fábio me pareceu preocupado.

— O que houve com o Gabriel? — Pergunto pro segurança cara de bunda que tá sempre com ele.

— Não sei — Responde.

— Nossa mas acho incrível que você nunca sabe de nada né, meu Deus — Reviro os olhos.

— Só faço o meu trabalho — Ouço ele responder depois de um longoooo silêncio.

Pelo visto muito mal, cara chato.

O caminho da minha casa até a do Gabriel parece durar uma eternidade, como se tivéssemos pegado a via principal que dá acesso a São Paulo e nunca fôssemos chegar.

Meus pés balançam sem parar, mando uma, duas, três, quatro mensagens e ele não me responde, na verdade a mensagem nem chega.

Quando o portão é aberto consigo ver o Fabinho andando de um lado pro outro, impaciente. Eu pulo do carro antes mesmo do motor ser desligado.

— O que foi Fábio, eu tô começando a ficar assustada — Ele me olha apreensivo.

— Vem eu te conto lá em cima — Ele puxa minha mão pra me arrastar e percebe o quanto está suada e fria.

A casa do Gabriel é o caos, o verdadeiro caos. Me assusto ao ver os quadros, tudo com o nome e a marca dele quebrados, jogados no chão. É assim em todos os cômodos. O quarto dele está de ponta cabeça.

Paramos na porta do espaço dele no terceiro andar.

— Vai me falar agora? Tô ficando com medo — Digo sem paciência.

— Mari tava geral aqui, ele demorou um tempão pra chegar — Eu sei bem o motivo da demora, Fabio — chegou todo quieto, ficou no canto dele bebendo e toda hora conferindo o celular, os meninos começaram a falar sobre o jogo de hoje como a gente sempre fez e acho que ele não curtiu a ideia, desceu e começou a quebrar tudo.

— Como assim, do nada? — Eu olho assustada.

— Todo mundo vazou pela escada da lateral, ele quebrou tudo, o celular, se trancou aqui dentro e eu ouvi quebrar mais algumas coisas, foi quando eu te liguei. Pedi pra ele abrir ele não respondeu.

Cartas para a minha garota | Gabriel Barbosa (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora