É domingo de manhã. Bom, pelo menos eu acho que é.
Depois do jogo de ontem vim direto pra casa do Gabriel, assistimos qualquer bobeira na TV e pra variar eu dormi.
O lugar ao meu lado que deveria estar sendo ocupado por ele tá vazio. O relógio na parede indica que são exatas 11:30 da manhã. Levanto, tomo um banho e me enfio dentro de um bíquini pra pegar um sol.
Quando abro a porta do quarto ouço conversas vindas lá da área externa. Desço na ponta dos pés pra não chamar tanta atenção mas assim que chego na cozinha de dentro todos viram pra me ver através da porta enorme de vidro.
Me sinto naqueles sonhos onde você ta nua na escola. Graças a Deus eu coloquei um shorts jeans e me sinto menos "pelada" só com a parte de cima do biquini a mostra.
Gabriel anda na minha direção e é como se sentisse o cheiro do meu desespero.
- Ei, ta tudo bem – Passa seus braços pela minha cintura.
- Você devia ter me avisado – Digo entre dentes.
- Eu fui pego de surpresa assim como você, desci pra pegar água e eles estavam todos aqui. Me desculpa por isso tá? – Acaricia minha bochecha com o polegar e minimiza o problema em 1% - Da um oi e se estiver muito desconfortável eu te levo em casa.
- Você é um anjo – Sorrio – O que eu faço com isso aqui? – Olho pra parte de cima do meu biquíni.
- Eu dou jeito de me livrar dele logo, logo – Um sorriso malicioso se abre em sua boca.
- Com seus pais aqui? De jeito nenhum. Seu pai já parece não gostar muito de mim imagina se vê pelada montada em cima do filho dele.
Não é só coisa da minha cabeça, ele me olha estranho desde a primeira vez que nos encontramos. Talvez ele saiba da minha ausência de pai, ou acha que sou uma oportunista querendo usurpar sabe Deus o que do filho dele. Sempre que nossos olhares se cruzam é estranho e ele é pouco amistoso comigo.
- Ele é assim mesmo. Vamos, vem tomar café.
- São onze e meia Gabi, é hora de almoço – Ele praticamente me obriga a sair pra fora – Bom dia.
- Oi minha linda – A mãe dele anda na minha direção e me abraça apertado – Mil perdões por não avisar que viria, tirei a privacidade de vocês né?
- Não tia, ta tudo bem – Forço um sorriso, a casa nem é minha.
- Vai ficar pra almoçar né?
- Na verdade eu tenho algumas pra fazer em casa então só vou tomar café e ir – Gabriel aperta a minha mão tenho certeza que se segurando e se roendo por dentro pra não rir.
- Deixa pra amanhã filha, hoje é domingo, ta sol, inclusive esse biquini ficou ótimo em você. Vou subir colocar o meu e chamar a Dhiovanna pra gente pegar um sol juntas – Ela me abraça outra vez.
- Não vai ter pra onde fugir – Gabriel sorri enquanto sussurra no meu ouvido e eu dou um pisão no pé dele.
- Bom dia seu Valdemir – Estico a mão pra cumprimentar o homem que ta totalmente sério.
- Bom dia Mariana. É Mariana né? – Pergunta diretamente ao Gabriel me deixando totalmente sem graça.
- Quer comer o que Mari? – A rose grita da cozinha e eu solto da mão do Gabriel e ando até ela.
Ele percebe o desconforto entre eu e o pai dele. Eu só sigo a rose até o balcão da cozinha.
- Vou fazer um misto pra você. Seu Valdemir é assim mesmo – Eu a olho desconfiada e assustada – Calma – Sorri – Eu percebi desde o primeiro dia que vocês se viram, ele só, só quer o bem do seu Gabriel e acho que já conheceu tantas mulheres nessa casa que com o tempo ficou assim.
- Tenho medo Rose dele achar que sou uma oportunista. Tudo entre eu e o Gabriel tem ido muito rápido. Minha mãe nem sonha com isso, eu não tive pai e ainda arrumo um sogro que odeia a ideia de eu estar com o filho dele – Digo tudo sem pausa como se tirasse um peso das minhas costas.
- Filha, calma. Tudo tem seu tempo. Dona Linda faz todo gosto desse relacionamento, diz que você parece ser uma menina muito boa.
A mulher entra no mesmo instante na cozinha com a irmã do Gabriel. Eu congelo porque a garota me encara de cima a baixo e vai em direção ao pai e ao irmão.
- Ainda vai dizer pra eu ficar calma?
- Calma – Ela sorri – Come seu pão, senta aqui comigo e só ignora.
- Não sei nem se eu consigo comer. Minha vontade é de me mandar daqui agora.
- Não se intimida Mari, você é adorável, dá um espaço pra eles te conhecerem e fica com a gente.
GABRIEL BARBOSA
Meu pai tenta agir naturalmente enquanto me dá uma bronca por eles estarem aqui e ter uma mulher na minha casa. Não perco o meu tempo tentando explicar que não é como todas as outras vezes, eu simplesmente escuto.
A Mariana ta nitidamente desconfortável com a situação e a minha irmã? Meu deus eu seria capaz de puxar o cabelo dessa menina e obrigar ela a ir pedir desculpas agora pra Mari.
Assim que meu pai termina o longo discurso sobre responsabilidade eu me levanto. Não sei até quando vou aguentar isso. Me sento na cadeira de sol ao lado da Mari.
- Não vai dormir ai – Acaricio seu braço.
- Tá tão quentinho e gostoso aqui.
- Tá tudo bem?
- Não mas vai ficar, eu acho – As ultimas palavras soam baixinho.
- Desculpa pela minha irmã.
- Não precisa pedir isso por ela Bi – Ela se senta e entrelaça nossos dedos – Eu a entendo assim como entendo o seu pai. Eu sou nova na sua vida, acho que estamos indo um pouco rápido com as coisas e eles se preocupam com você, são seus pais, a sua família.
- Mas não justifica ela nem te cumprimentar.
- Não justifica mas cada um reage de uma forma e essa foi a dela. Isso me deixa insegura pra caralho, sempre foi só eu e a minha mãe, nunca apresentei ninguém a ela oficialmente, mas sei que eles se preocupam com seu bem estar - As vezes até demais.
A Mari ser compreensiva a esse ponto mesmo estando 100% desconfortável com tudo me deixa surpreso. No lugar dela eu já teria metido o pé daqui. Até eu fiquei desconfortável com o que minha irmã fez, meu pai ainda tentou fazer o mínimo sendo educado.
- Sem neuras comigo, ok? Eles não vão me aceitar da noite pro dia. A gente se gosta e sei lá, deixa rolar – Ela sorri.
- E se nunca aceitarem, promete que fica?
- Pode ser.
As coisas entre nós dois realmente tem ido muito rápido. Tenho medo de um dia acordar e sentir que não posso suprir todas as necessidades dela ou que não sou o suficiente ou de ela fazer isso.
Ela merece o melhor, ser tratada da melhor forma e eu sei que posso dar tudo isso a ela já que posso ser exatamente quem eu sou quando estamos juntos.
E quando a mãe dela descobrir tudo isso? E se caso ela não aprovar nós dois e sei la ela simplesmente ir.
Me perturbo dia e noite com essas coisas. Não quero falar disso com ela justamente por ela talvez nunca ter pensado no assunto e isso sugerir algo.
Gosto dela, tô apaixonado demais pra sugerir qualquer coisa que possa fazer ela me deixar.
E eu entendo como ela se sente agora porque eu me senti inseguro assim por toda a minha vida.
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Oieeee
Não revisei esse capítulo kkkkk então deve ter algum erro aí.NÃO ODEIEM O TIO, isso tudo aí engloba um enredo, ele não vai ser cuzao pra sempre. O mesmo vale pra Dhiovanna dos próximos capítulos 👀
Próximos capítulos são de extrema importância kkkkkkkkk
Beijoooo, volto a qualquer hora
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Cartas para a minha garota | Gabriel Barbosa (EM PAUSA)
FanfictionE QUANDO tudo parece desmoronar, a quem você recorre? Gabriel se vê perdido em meio a uma fase que parece nunca ter fim, seu time passa por um ano ainda mais turbulento acarretando ainda mais tudo o que já está ruim. As críticas constantes e as cobr...