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Vamos ao "shopping".

Não é o shopping e sim a clínica obstétrica. Tia linda e tio Valdemir ficaram eufóricos quando viram a notícia da suposta gravidez na mídia então decidi contar. Deu de ver a tristeza no semblante dos dois quando eu e Gabriel desmentimos a notícia.

Acabo de entrar no terceiro mês de gestação e, sei lá, acho que tá na hora. Minha barriguinha tá um pouco maior, daqui a pouco vai ser difícil esconder.

Combinei com o Fábio de levar os dois junto com a Dhiovanna, com a desculpa de que teria que passar na clínica antes pra pegar um exame meu, já que a clínica oferece vários serviços à saúde da mulher.

Gabriel e eu fomos na frente.

Além deles descobrirem hoje é a primeira vez que vamos ouvir o coraçãozinho e ver se conseguimos saber o sexo.

-Milzinho que é um moleque amor - Ele pousa a mão na minha barriga e sorri.

-Hum, queria que fosse uma menininha - Prendo os lábios - Pra te deixar careca e mais calvo do que já está.

-Não sei se aguentaria. A Dhiovanna acho que já usou todo meu lado "pai de menina".

-Imagina o primeiro namoradinho na escola? 

-Para vida. Ninguém vai encostar na minha filha não - Franze o cenho.

-Não brinca com a filha dos outros porque você um dia vai ter uma filha mulher - Cantarolo e ele me olha de canto.

-É um menino, tenho certeza.

-Anjo sussurrou no seu ouvido? Ou conversou com Deus amor?

-Você tá engraçada né - Dou um sorrisinho pra ele e pouso minha mão por cima da sua - Sei lá você tá, mais bonita.

-Eu era feia antes Gabriel?

-Não, não, não - Ele nega desesperado - Você sempre foi linda amor, é só que mães de menina sei lá, parece que a bebê rouba toda beleza delas sabe?

-Não sei - Faço bico.

-Quando a Gi do BH por exemplo tava grávida do pietro ela tava radiante, juro. A Marília na gravidez do Totoi. Não sei sabe, mãe de menino parece que tem uma aura em volta, você tá, brilhante como um anjo.

Os olhinhos dele estão brilhando enquanto fala sobre isso e eu me seguro pra não chorar. Tudo eu tenho vontade de chorar.

-Mas não é pra chorar, vai ficar feia no vídeo - Ele me olha.

-Acabou de dizer que eu tô maravilhosa e agora vem com essa, tá vendo aí filho.

-Viu só, já tá falando até como se fosse um menino.

-Bi, seus pais vão reagir como será? - Mordo o canto da boca.

Esse assunto me deixa nervosa, me faz suar e embrulha meu estômago porque mesmo sabendo que eles são pais incríveis e serão avós melhores ainda, tenho medo deles não gostarem da ideia, de pensarem que estamos indo rápido.

É sempre uma possibilidade na cabeça de quem é ansiosa e insegura sabe?

-Não, assim não - Ele responde como se soubesse o que eu acabei de pensar - Sempre foi o nosso sonho, o deles, todo mundo te ama.

-É que sei lá, aquela sensação e medo do abandono sempre existe na minha cabeça sabe?

-Eu sei, mas ninguém aqui vai a lugar nenhum sem vocês, ta bem?

Ele entrelaça os dedos com os meus e deixa um beijo na minha mão e eu me sinto bem melhor agora.

(...)

Cartas para a minha garota | Gabriel Barbosa (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora