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Foi um sufoco pra sair com a Mari de dentro do vestiário, mas fala sério, nada paga a sensação de esquecer do mundo quando a gente ta junto.

- Tá pronto? – Ela me julga dos pés a cabeça quando saio do vestiário.

- Tô feio? – Eu analiso o conjunto de moletom que visto e ela sorri.

- Tá lindo – Ela franze o nariz de um jeitinho fofo e deixa eu beijinho na minha bochecha.

- Todo dia deveria ser dia de trazer a namorada pro trabalho.

- Não tenho nem roupa pra esses eventos Bi.

Dou uma última ajeitada no cabelo e seguro a mão dela. E acho que ela se sente confortável assim, conforme andamos pelos corredores de mãos dadas ela me conta sobre a temporada que morou fora de país e de como todos eram chatos e desinteressantes lá.

Gosto que ela é tagarela, fala como um radinho mas assim que percebe que estamos a um passo de entrar no refeitório que está lotado ela se cala, se assusta.

- Ei – Eu paro na frente dela – Ta comigo, lembra? Ta tudo bem – Acaricio sua bochecha e ela sorri sussurrando um muito obrigada.

E é instantâneo, a gente pisa os pés no refeitório e de repente todos os olhares estão sob nós. As bochechas dela coram e ela falta ficar roxa quando a Marilia grita o nome dela pra que a gente se sente junto a ela.

Eu pedi pra que ela e o Everton tentassem inserir ela aqui, já que a Marilia é a mais antiga no meio das esposas e estava sempre me torrando a paciência pra arrumar alguém pros meninos chamarem de tia. Ela topou na hora.

Quero que a Mari se sinta em casa comigo, se sinta confiante e sinta que ninguém aqui vai substituir ela, que eu não quero ter outra pessoa, só ela.

Espero ela se servir e deixo ela na mesa com a Marilia pra me servir.

- Fala sério Gabi, nessa aí tu mandou benzão em. Vai casar irmão? – Gerson pergunta enquanto se serve do outro lado.

- Aquelas coisas todas né, casar, tem uns filhinhos.

- Ih, pelo visto ele quietou mesmo em tá até com os olhinhos brilhando – Tira onda.

- Por ela vale a pena largar tudo ta ligado?

- Sei, sei como é. Fico feliz por você irmão, sério. Vocês são bonitos juntos e a nação precisa ai de um novo bebe como amuleto né.

- Ribeiro vai ralar mesmo? – Pergunto.

- Eu vi mais cedo o empresário dele na sala da diretoria, tu que é mais próximo dele não sabe de nada não?

- Não sei, não faço ideia. Perguntei pra ele e ele me disse que ia deixar isso na mao do staff dele, certeza que ta de saída e não quer falar.

- Tu é lerdo pra caralho também em Gabi, porra, bota tua mina pra investigar essa ai com mulher dele pô, Miteiro é o nosso líder.

- Quero envolver a Mari nisso não.

- Ela que vai tomar o posto da Marilia.

- Se eu falar isso pra ela, ela vomita – Sorrimos.

- Ela não para de sorrir, tem cara de ser daquelas minas que recolhe camiseta de geral na frente do hotel e leva pra gente assinar, sorri sempre, simpática.

- Ta elogiando demais em – Olho de canto.

- É sério pô, sem maldade. Essa dai hora que a torcida descobrir vai ser fã clube pra tudo quanto é lado.

Cartas para a minha garota | Gabriel Barbosa (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora