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NAJU.

9 anos atrás.

Hoje eu descobri que tenho uma irmã, Maria Luiza o nome dela, ela é mais velha do que eu. Hoje é meu aniversário de 11 anos também, não sei se quero fazer alguma coisa, ainda tô tentando processar que eu tenho uma irmã e ninguém nunca me falou sobre isso.

Quando meu pai falou que ela era a minha irmã, eu pensei que a minha mãe tinha engravidado dela na adolescência e deu pra alguém, mas pra piorar ela é "um desvio de caráter" que meu pai teve no começo do namoro deles, diz ele.

Eu não vi quem é a mãe da minha irmã, só ela, meu pai trouxe ela aqui em casa hoje de amanhã, eu acordei e quando desci pra tomar café ela estava lá, sentada na mesa sorrindo simpática. Eu quero conhecer ela, mas na hora eu fiquei brava e me tranquei no quarto, não fiquei brava com ela, foi com o meu pai ter feito isso com a minha mãe e esconder de mim.

Eu ouvi eles brigando depois de um tempo, minha mãe falando pro meu pai que pediu milhares de vezes pra ele trazer a menina pra cá quando ela ainda estava grávida e quando eu nasci, pediu pra me contar sobre a minha irmã e buscar a menina as vezes pra eu e ela nós conhecermos e crescermos como irmãs e não só jogar no colo das duas do nada que somos irmãs, o meu pai ficou rebatendo, dizendo que as coisas não são tão fácil assim.

Eu só queria o abraço da nina agora, ela é um ano e alguns meses mais velha do que eu, então segundo ela, ela sabe mais das coisas do que eu, provavelmente ela saberia me ajudar melhor agora então, já que ela enche a boca pra falar que é a deusa da sabedoria. Ela me irrita muito de vez em sempre, mas nunca dura muito, quando eu percebo eu já tô sorrindo com as bobeiras dela...

CASTRO: Ana? - escuto a voz da nina e me levanto, indo apressada abrir a porta e ela me abraça assim que eu abro.

NAJU: Como você sabia que eu precisava do seu abraço agora? - ela fez carinho no meu cabelo.

CASTRO: Eu não sabia - ela da um beijo na minha testa - tenho uma surpresa pra você!

NAJU: Surpresa?

CASTRO: Sim! - sorriu - bota um biquíni, vou te esperar lá embaixo com a tia. Não demora - disse e fechou a porta do meu quarto, descendo.

Sorri um pouco animada e fui fazer o que ela me pediu, botei minha havaianas da tinker bell e desci. Não vi ela alí no sofá, só a minha mãe, ela sorriu e veio me abraçar, eu retribui o abraço e soltei uma lufada de ar.

Me desvencilhei no abraço e olhei pra porta porta, sorri tão largo, a nina veio devagar na minha direção com uma caixa retangular.

CASTRO: Feliz aniversário! - me entregou a caixa, eu peguei e abri.

NAJU: Nina... - levei a mão até a boca olhando pra pulseira linda dentro da caixa, ela é dourada com quatro pingentes em formato de flor, dois são rosas fraquinho com a borda dourada e os outros dois são brancos com bolinha dourada em cada pétala e uma no meio, possuí bordas douradas também - isso deve ter sido caro, meu deus, com toda certeza isso aqui não é da lojinha de 10 reais do asfalto - ela e a minha mãe riram.

CASTRO: O que importa é se você gostou e espero que goste - olho pra ela com maior sorrisão

NAJU: Eu amei, paixão - dei um abraço nela - muito obrigada, você sabe que o meu maior presente é a sua amizade, mas muito obrigada - ela retribuiu me dando um abraço de urso.

CASTRO: Vamos logo que o carro tá lá fora esperando a gente - se desvencilhou do abraço.

ARLETE: Deixa o presente alí na mesinha filha, quando chegar cê bota no quarto - assenti e fiz o que ela disse.

Nós três saímos de casa e entramos no carro, o moço que estava dirigindo comprimento a gente e partiu. O trajeto foi um pouco demorado, mas ficamos conversando o tempo todo sobre coisas aleatórias e nem vimos o tempo passar e quando percebemos já tínhamos chegado. Descemos do carro e eu olhei em volta tentando saber onde eu estava, só vi que estava em uma praia, mas nunca estive nessa.

CASTRO: Vem, vamos - ela e a minha mãe pegaram na minha mão e eu fui andando com elas em direção a areia.

Viramos pra esquerda e eu fiquei olhando em volta da praia, não tinha quase ninguém, gosto quando é assim, é mais calmo e eu gosto da calmaria.

Andamos um pouco e eu vi um piquenique bonitinho no chão, com bolo e vários petiscos sem ninguém em volta, olhei para os lados e só tinha um pingado de gente na água. Nós aproximamos mais do piquenique e elas pararam.

CASTRO E ARLETE: Surpresa! - disseram as duas em uníssono - PARABÉNS PRA VOCÊ, DESSA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES, MUITO ANOS DE VIDA, EEEEEE! NAJU! NAJU! NAJU! - sorri toda boba envergonhada e senti uma lágrima cair, puxei elas e dei um abraço coletivo.

NAJU: Eu amo vocês - falei com a voz morgada de choro.

ARLETE: Eu te amo muito, minha meninha que tá ficando grande - saí do abraço e limpei as lágrimas do rosto - desculpa por hoje de manhã, eu...

NAJU: Não é a senhora que tem culpa no cartório mãe, é o papai, tá tudo bem - sorri sem graça - vamos comer? essa comida toda me deu fome! - mudei de assunto, me sentando.

CASTRO: Finalmente! me segurei tanto pra não atacar isso aqui quando eu estava arrumando - eu ri e dei um peteleco na orelha dela - EI! doeu.

Passamos o resto do dia na praia, conversando, brincando, tomando vários e vários caixotes, também ficamos procurando conchas pra depois botar de volta onde a gente achou. Definitivamente, esse é o top 1 de melhores aniversários, mas sei que todos os aniversários que forem assim, nós três juntas, vão estar no meu top 1.

Quando chegamos em casa, comigo destruída e podre, eu dei de cara com todos os meus amigos cantando parabéns pra mim, eu me emocionei de novo e a tata e a nina me abraçaram me fazendo pular enquanto cantavam. Minha irmã não estava no meio de todo mundo, nem meu pai, mas eu queria que a minha irmã estivesse.

Ela não tem culpa de nada, não tem culpa de ter sido enfiada nesse caos, então meu pedido na hora de soprar a velinha foi que nós três, pudéssemos virar nós quatro.


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essa é a pulseira!

 essa é a pulseira!

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