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LULU

Horas antes da ligação…

TH: Amor? - tiro os olhos do teto e olho pra ele na chamada de vídeo com carinho de cachorro abandonado  - deixa eu cair por aí depois que eu acabar os bagulho aqui do morro?

LULU: Ué, a conta secou e as putas sumiram ? - Brinco e ele fecha a cara.

TH: Muito piadista você - estala língua - tô falando sério cara, tô destruído e só teu cheiro e chamego pra ajudar a recarregar - sorrio fraco.

LULU: Você consegue ser fofo quando quer.

TH: Culpa tua que mexeu com o coração do bandidão aqui - rimos.

LULU: Hoje não vai dar amor, desculpa - minha garganta seca e minha mão começa a suar - não tô muito bem.

TH: Eu vou cuidar de tu minha nega.

pensa, pensa, pensa…

LULU: Não vida, eu preciso ficar sozinha - seco a mão suada - vai pra casa hoje e amanhã você vem, tá bom?

TH: Tão me chamando pra ronda, vou desligar aqui. Por favor, faça o que eu disse e ignora aquela mensagem- antes que eu consiga dizer algo, ele desliga e eu xingo mentalmente.

Ele está bravo.

Enquanto estava rolando toda a confusão, minha mãe me mandou mensagem dizendo apenas a localização e que me esperava, nada além.

Não fiz questão de me cansar mandando várias mensagens pedindo explicação, ela não iria me explicar porque é esse o jogo dela, mexer com o psicológico das pessoas. Foi dessa forma que eu me meti em todas as sujeiras deles.

Faz exatamente uma hora e vinte minutos que estou sentada no sofá, pensando no que faço. O lugar diferente do que pensei, não é longe e sim aqui no Rio, 20 minutos daqui de casa. 10 minutos se eu tivesse uma moto.

Minha mente não para de rebobinar todos os meus passos, procurando algo que deixei para trás, vacilos que dei. Eu fiz tudo direitinho, usei contas externas para as pesquisas, vpn, links burlados…

Eu comentei com o Th e ele logo se irritou, dizendo que não era pra mim ir por ser muito suspeito. Ele acredita que possa ser uma armadilha, eu também suspeito, mas também um lado meu grita pra mim ir mesmo assim.

E será esse lado que vou escutar, eu preciso ir ver o que ela quer, se eu realmente cometi algum erro. Ou posso conseguir mais coisas também.

Me levanto do sofá de uma vez e pego apenas as coisas necessárias. Desço o meu prédio de escada mesmo por não aguentar esperar o elevador. Entro no carro e coloco a rota no celular, assim que consigo, saio rapidamente da garagem.

Como eu tinha calculado antes, dá 20 minutos e eu chego no endereço indicado. O portão da garagem abre pra mim e eu entro, estacionando o carro e saio.

CELINA: Eu sabia que você vinha - abre a porta e vem ao meu encontro, me abraçando - saudades que a mãe estava de você.

LULU: Eu também - retribuo o abraço.

CELINA: Você chegou na hora certa, eu acabei de colocar a mesa - desvencilha de mim e me leva pra dentro.

Sinceramente, isso está muito estranho. Minha mãe não é nenhuma ogra comigo, muito pelo contrário, mas ainda assim. Pode ser só neurose minha, e eu quero que seja apenas isso também.

Assim que nos sentamos na mesa, ela me serve uma taça de vinho e começamos a nos servir. O papo é descontraído, ela me pergunta sobre como está sendo a minha estadia aqui e como estão as coisas por Porto Alegre.

MINHA DONA É VOCÊOnde histórias criam vida. Descubra agora