CASTRO
Depois que a naju subiu pro quarto eu fiquei mais um pouco lá conversando com o mulekinho que só sorria e vim pra boca porque o Mendes tava atormentando minha mente.
CASTRO: Qual foi cara? - falo entrando e me sento na cadeira de frente pá mesa dele.
MENDES: Tu tá vacilando pra caralho, papo reto, tô desde ontem te chamando no radinho - fala aprontando o dedo na minha cara e eu abaixo a mão dele.
CASTRO: Primeiro abaixe esse dedo pá falar comigo porque eu não sou nenhum vapor seu que lambe tuas bolas - ele bufa - segundo, eu falei que estava ocupada, que eu saiba essa porra aqui ainda não virou trabalho escravo.
MENDES: Não vou nem bater boca contigo porque tenho bagulho mais sério pá tratar contigo - faço gesto com a mão pá ele desenrolar logo - eu tava sumido esses dias com o sinistro porque a gente tava cumprindo uma meta aí, vendo a melhor forma pá tomar o morro do batuca - franzo o cenho.
CASTRO: Tomar o morro do batuca? tu tá comendo merda é? - falo sem acreditar - que porra tu quer com o morro dele caralho? ele é nosso aliado porra!
MENDES: Ele tá marcando de pegar o sinistro. A aliança com o sinistro vale mais do que a com o batuca, tá ligada? - esse fudido deve tá maconhado das ideias, não é possível.
CASTRO: Não, não estou ligada não - me levanto puta - tu não vai fazer essa merda nem fudendo.
MENDES: Tu não tá entend - corto ele.
CASTRO: Eu tô entendendo sim, tu tá querendo livrar o pescoço do mesmo cara que botou o do meu pai na reta! - respiro fundo, contando até três mentalmente pra não perder o controle.
Quando descobri que foi os cada do sinistro que invadiram, eu fiquei puro ódio, quis ir atrás dele, mas o Mendes não deixou, ficou dizendo que o que era dele estava guardado, que a gente ia pegar ele e ia fazer e acontecer. Eu não tinha entrado pro movimento ainda então acatei o que ele disse e só guardei, até porque eu iria morrer assim que botasse os pés naquele morro.
MENDES: Lavi - corto ele de novo.
CASTRO: Castro! Tu tava xingando ele pra caralho dias atrás, falando que ainda pegava ele e os caralho a quatro, do nada tu faz aliança com ele por baixo dos panos e agora tá querendo invadir o morro do batuca que ficou do nosso lado quando os filha da puta tentou invadir e isso aqui ficou infestao de cana logo depois!
MENDES: Eu sei porra! teu pai era como um irmão pra mim caralho - ele passa a mão no rosto - sinistro me falou que os cara não queriam invadir, os cana encomendaram a morte dele, a invasão foi só uma cortina de fumaça - arregalo os olhos sentindo meu coração acelerar - eles subiram com o objetivo de matar teu pai e não me pá tomar o morro.
CASTRO: ISSO É MENTIRA PORRA!
Não da pra acreditar nisso, antes do meu pai morrer eu já vinha percebendo a pilha de nervos que ele sempre chegava em casa, minha mãe demitiu a tia Arlete do nada também e me proibiu de ir na casa dela , na época eu não questionei, minha mãe sempre dava uns picos de surtos as vezes, ela se dava alta e parava de tomar os remédios, eu imaginei que o nervosismo do meu pai era por isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
MINHA DONA É VOCÊ
Fanfiction📍 VIDIGAL, RJ Seis anos se passaram, e Ana Júlia retorna ao Morro do Vidigal com dois objetivos claros: concluir o curso de enfermagem e cuidar de sua mãe, Dona Arlete. O que ela não esperava era reencontrar um antigo amor da adolescência, que agor...