NAJU
O calor do rio de janeiro ainda vai me matar. Acabei de chegar de POA e já senti o choque de temperatura bater forte. Seis anos longe foi o suficiente pra me desacostumar com esse calor, senhor.
Tô reclamando mas a verdade é que senti maior falta disso aqui, papo reto. To doida pra matar toda a saudade da minha mãe e da praia também, óbvio. Até cheguei a ir em umas praias do sul, mas bah, é sem comparação o meu rj.
ARLETE: FILHA! - escuto a voz da minha mãe me chamando no aeroporto e procuro por ela com o olhar. Acho e corro até ela - que saudades que a mãe estava de você filha - ela diz me abraçando.
NAJU: Eu também estava mãe, a senhora não sabe o quanto - intensifico o abraço.
Faz seis anos que fui morar com o meu pai em porto alegre, desde que fui eu só via a minha mãe pelo telefone, meu pai não deixava eu vir e a minha mãe não tinha como largar o serviço pra ir me ver, nem tinha o dinheiro. Mesmo com as dificuldades e a distância, minha mãe sempre se fez presente na minha vida.
ARLETE: Você cresceu tanto minha filha - ela fala se afastando do abraço e me olha com os olhos marejados - ai que felicidade te ter aqui comigo de novo - me abraça de novo e eu retribuo, chorando junto com ela.
NAJU: Você continua a mesma baixinha de sempre, dona Arlete - brinco e ela ri, negando com a cabeça.
ARLETE: Vem, vamos pra casa logo pra vc descansar da viagem - ela segura no meu braço e eu vou com ela, puxando a minha mala.
Nós vamos até a saída do aeroporto e quando falo que vou pedir um uber minha mãe diz que não precisa, que já tem um carro esperando a gente. Estranho mas não falo nada, só vou até o carro, guardando as minhas coisas no porta malas e depois entro no carro com ela.
Conversamos todo o caminho até em casa sobre várias coisas e eu to tão feliz de ver esse sorrisão nela de novo. A gente conversa por ligação sempre que podia, mas eu nunca vi ela tão feliz como agora.
XXX: Tu vai querer ajuda pá levar as malas pra dentro, mina? - o menino que dirigia quieto até agora, falou me olhando.
NAJU: Quero não, obrigada - sorri simpática, saio do carro e pego as coisas no porto malas com a minha mãe.
XXX: Fé pra vocês então. Qualquer coisa só acionar, tia - ele fala e sai cantando pneu.
[...]
Tomei um banho gelado ainda agora que me renovou, me senti até gente de novo, mas como alegria pobre dura pouco, eu já tô aqui pingando enquanto arrumo o meu quarto. Minha mãe até queria me ajudar a arrumar, mas falei pra ela ir descansar porque sei que ela deve estar cansada, os remédios fazem com que ela se canse mais rápido.
Como eu estava muito cansada da viagem ontem, eu só cheguei e fui dormir, mas hoje eu fui comprar umas coisas com a minha mãe aqui pra casa e aproveitei pra comprar umas coisas pro meu quarto também, agora vim arrumar ele logo e deixar do jeitinho que eu quero. Ele estava aqui do jeitinho que eu deixei quando fui embora, eu tinha 13 anos, então pensem em como a decoração desse quarto tá brega.
Termino de arrumar e escuto batidas no portão. Faço menção de sair do quarto e o meu celular começa a fazer barulho de notificação e escuto a voz da minha mãe e de mais alguém que não reconheço.
Pego o celular, ignorando quem quer que seja e pego o olho o meu celular, vendo mensagem do meu pai
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MINHA DONA É VOCÊ
Fanfic📍 VIDIGAL, RJ Seis anos se passaram, e Ana Júlia retorna ao Morro do Vidigal com dois objetivos claros: concluir o curso de enfermagem e cuidar de sua mãe, Dona Arlete. O que ela não esperava era reencontrar um antigo amor da adolescência, que agor...