Depois de anos abandonado, o Motel Conti volta a funcionar atraindo a atenção de todos na pequena cidade do Arizona.
Victor Conti decidi retomar os negócios dos seus pais trazendo consigo segredos que essa cidade insiste tanto em esconder.
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Bárbara Backer — ponto de vista Cave Creek — AZ
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Acordei assustada e olhei em volta percebendo que estava ainda no motel. Peguei meu celular na mesinha ao lado olhando no relógio que marcava nove horas da manhã. Lembrei-me do pedido do Victor para eu tomar café com ele, decidi levantar, fui até o banheiro e joguei uma água no rosto e depois fiz um gargarejo com a mesma, já que não havia escova nem nada por ali, coloquei novamente a calça que eu estava vestida ontem a noite, não iria até a casa dele apenas com uma camiseta. Calcei meus saltos e tentei dar um jeito no meu cabelo com os dedos mesmo.
Voltei ao quarto pegando meu celular e o dinheiro, coloquei minha jaqueta e ajeitei a cama que não estava muito bagunçada deixei o resto da minha roupa ali, e segui para a casa do Victor.
Andei calmamente até parar em frente aos três lances de escadas que levavam a casa no topo do morro. Subia calmamente sentindo um friozinho na barriga. Era engraçado pensar que eu estava preste a entrar na casa da família Conti, quando éramos pequenos todos queriam saber como era lá dentro e eu estava agora parada na porta com medo de bater.
E se ele ainda estivesse dormindo? Estava um silêncio fora do normal. E se ele estivesse no banho ou simplesmente mudado de ideia? Tentei deixar minha paranoia de lado e levei minha mão trêmula até a porta dando duas batidas, minutos depois pude ouvir passos e a porta foi aberta.
Victor estava com aquele mesmo sorriso bobo de ontem, ele vestia uma calça de moletom preta, uma camiseta branca deixando seus braços tatuados a mostra, ergui meu olhar para o seu rosto vendo seu cabelo bagunçado deixando uns fios nos seus olhos.
– Pensei que só te veria depois das onze. – Disse soltando um riso. – Entra ai! – Deu espaço para eu entrar.
Sua casa era escura por dentro de um jeito aconchegante, do meu lado esquerdo tinha a sala com um sofá marrom e uma teve acima da lareira, do lado direito havia uma escada que levava ao segundo andar e mais a frente um corredor que leva até a cozinha. Os móveis eram antigos assim como a decoração, cada coisa estava em seu lugar de forma tão organizada que eu tinha até medo de me mexer e bagunçar algo.
– Acabei acordando cedo.
– Eu ainda não comecei a fazer nada então acho que você vai ter que esperar mais alguns minutos. – Victor sorriu e seguiu para a cozinha, fui atrás dele observando tudo com cuidado. Chegamos à cozinha e ele foi para trás do balcão que ficava do lado direito de frente para a mesa de madeira. Victor mexia nos armários tirando cada vez mais coisas. – Pode ficar a vontade.
– Obrigada. – Encostei-me ao balcão e fiquei observando ele fazendo as coisas. – Deve ser meio solitário ficar aqui sozinho, não é?
– Um pouco, mas eu gosto. Aqui é como se fosse o meu mundinho particular sem ninguém me olhando torto ou comentando sobre mim a cada instante. – Ele disse concentrado no que fazia.
