32 | ela ficará bem

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Victor Conti — ponto de vistaCave Creek — AZ

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Capítulos finais 6/7

Eu estava a quase duas horas sentado na recepção à espera de qualquer médico que pudesse me dizer como a Bárbara e meu filho estavam.

A maioria das pessoas que estavam ali começavam a ir embora, restando apenas duas em um canto oposto ao meu. Eu olhava para o relógio em minha frente sentindo como se meu mundo todo estivesse caindo aos meus pés. Eu só havia sentido aquilo quando minha mãe morreu. Foi o único momento que me permiti chorar, porque eu sabia que a partir dali eu estaria sozinho para sempre.

Eu não confio em mim mesmo sozinho naquela casa. Muito menos em meus fantasmas da madrugada. Eu precisava dele deitada ao meu lado, eu precisava dela para que eu me acalmasse. Senti uma mão em meu ombro e o espaço ao meu lado afundar, levantei o olhar vendo o Khalil me estender um copo de café. Havia ligado para ele meia hora depois que eu me sentei aqui.

Não demorou nem quinze minutos para que ele chegasse, desde então estamos aqui em silêncio encarando as paredes brancas da sala de espera. Juntos aos meus avôs que vieram para cá assim que Khalil ligou.

– Ela vai ficar bem, cara. – Khalil batendo de leve em minhas costas.

Eu havia perdido as contas de quantas vezes havia escutado aquilo. Focava meu olhar no relógio mais à frente. Cada segundo parecia uma eternidade para mim. Esses mesmo segundos que foram capazes de mudar toda a minha vida traziam consigo a imagem da Bárbara em minha mente. Seu corpo caído no banheiro, todo aquele sangue que ficou em minhas mãos, em minha roupa. Meu estômago dava voltas e voltas trazendo consigo o desespero. Me deixando tonto ao ponto de ser uma tortura agoniante.

Eu queria vê-la. Eu precisava vê-la para me certificar que estava tudo bem. Eu precisava entrelaçar meus dedos nos seus, chegar perto. Tocar em seus lábios. Eu precisava senti-la mais uma vez.

Eu estava enlouquecendo.

As lembranças do passado vinham como um bônus. Era como se eu estivesse novamente naquela manhã cinzenta vendo minha avó chorar nos braços do meu avô enquanto o médico estava em sua frente falando que não havia mais nada a ser feito e Angelica se foi. Era o mesmo clima, o mesmo silêncio crucial, o mesmo sentimento de vazio.

Tão rápido quanto antes a porta se abriu, um médico passou rapidamente por ela atraindo a minha atenção.

– Acompanhante de Bárbara Conti. – Me levantei mais rápido do que pensei que conseguiria me colocando em sua frente.

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