Depois de anos abandonado, o Motel Conti volta a funcionar atraindo a atenção de todos na pequena cidade do Arizona.
Victor Conti decidi retomar os negócios dos seus pais trazendo consigo segredos que essa cidade insiste tanto em esconder.
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Bárbara Backer — ponto de vista Cave Creek — AZ
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Acordei com minha cabeça latejando meus olhos tentava se adaptar a claridade me deixando tonta por alguns segundos. Levantei-me seguindo para o banheiro e tomando um banho demorado, estava evitando ao máximo ter que sair do quarto desde ontem.
Minha mãe não havia nem esperado chegarmos em casa para despejar tudo em cima do meu pai ressaltando o fato de eu estar aos beijos com o Victor quando disse que iria ao banheiro, meu pai se manteve calado o trajeto de volta e ao chegarmos tive que ouvir por mais uma hora ela gritar que Victor Conti não estava nem perto de ser uma boa companhia.
De todas as coisas que foram jogadas na minha cara ontem o que mais doeu foi o olhar de decepção do meu pai.
Sem gritos, chingos ou choro apenas aquele olhar que faz com que você se sinta a pior pessoa do mundo. Eu não queria ter que passar por aquilo novamente, não queria ter que encara-lo depois de ontem à noite, mas eu sabia que não poderia evita-lo para sempre.
Sai do banheiro enrolada em uma toalha e ouvi meu celular tocar.
– Alô.
– Está tudo bem? – A voz da Aila soou do outro lado fazendo com que eu derramasse a primeira lágrima depois de tudo.
— Aham.
– Eu vou fingir que acredito nesse aham e você me conta o que aconteceu quando formos almoçar, que tal?
– Tudo bem.
– Chego ai em uma hora. Esteja pronta!
Ela desligou antes que eu pudesse responder, segui até o closet vestindo uma calça preta, uma camiseta da mesma cor e um ankle boot.
Prendi meu cabelo e peguei um óculos a fim de esconder os sinais de uma noite mal dormida.
Dei uma última olhada no espelho conferido se estava tudo em ordem, peguei meu celular e o dinheiro colocando no bolso de trás e desci devagar como se qualquer passo em falso eu fosse cair. Avistei meus pais na cozinha e segui até eles. Nenhuma palavra sequer era dita fazendo com que eu só me sentisse pior.
– Me desculpem, mas vocês não o conhecem. – Me pronunciei tentando quebrar o clima ou apenas tentando fazer com que eles me escutassem.
– Chega Bárbara não vamos falar mais nisso! – Minha mãe me cortou antes mesmo que eu pudesse continuar.
– Pai, por favor. – Sentia meus olhos encherem de lágrimas, por sorte eu estava de óculos impedindo que eles vissem essa cena patética.
– Me prometa que ficará longe desse garoto e tudo bem.
