🔸️CAPÍTULO 55🔸️

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Andava por entre a floresta de neve, vestia meu casaco de peles de alce para me proteger do frio, ao longe eu vejo um poste que acendia no meio da imensa floresta branca, mas cuja luz da lua não penetrava tão bem a deixando em um completo breu, escuro de tudo e de todos.

Me escoro em uma árvore velha temendo a vida, estava fraco e sangrando, meu pulso estava fraco e minha cabeça borbulhando em dor me faziam mais vulnerável diante do meu inimigo. Me abaixo tentando não fazer barulho e me sento na neve, ponho o cesto no chão e os olho com amor, ao meu lado está meu companheiro de fuga.

Estou cansado, papai. Escutei o menino loirinho falando, ele era tão lindo e dócil que ninguém jamais o faria mal.

Senta aqui meu amor, logo, logo vamos para um lugar seguro. Eu disse o abraçando e o trazendo para o aquecer do meu casaco. O tempo passou e a tempestade de neve estava de volta fazendo eu continuar a viagem, me levanto e pego a cesta e meu parceiro e caminhamos por entre a floresta de neve.

Papai, por que estamos sozinhos? Ele me pergunta e eu apenas tento não chorar.

Por que nos perdemos amor, foi por isso. Eu o respondi pegando mais em sua mãozinha.

Queria meu papai alfa, mas ele me deixou sozinho, não me quis... parece que somos parecidos papai. O menino me disse choroso e eu peguei ele nos braços o acalentando. Mas conforme a hora passava a neve aumentava e o frio nos castigava. Em certo momento eu escuto o uivo dos lobos e ponho a correr, com meus filhos junto a mim eu sinto o medo chegar mais perto.

As árvores se estremecem e os animais fogem para a suas tocas ao sentirem a grande força chegar, já cansado das batalhas eu avisto a passagem, uma passagem para o outro lado do mundo. Ela está em uma cabana simples no meio da neve.

Matteo, leve seus irmãos para lá e não saia por nada. Ouviu? Eu disse ao galeguinho que pegou com firmeza a cesta.

Mas papai! Eu não quelo ficar sozinho, você vai me deixar que nem meu outlo papai? Ele disse gago e trocando as palavras pelo nervosismo.

Não meu bem... lhe prometo que vou assim que puder, lembre-se: o amor tudo supera. Falei deuxando os meus bebês na cabana. E me despeço deles chorando, estava feito.

Estamos com você filho! Falou a mulher de vestido branco e cabelos prateados.

Eu sei mãe, mas dói tanto. Eu falei deixando as lágrimas caírem.

Meu filho, a luta é grande, mas a vitória já é sua, não pode o ódio vencer o amor. Ele pode reinar por um tempo, mas o amor é eterno! Falou o homem de cabelos negros.

Obrigado papai. Falei o encarando com ternura. Escuto o uivo das feras e rapidamente me vejo cercado de seres do mal, eram cheios de profundo ódio e tristeza, minhas esperanças foram sugadas até eu cair, sinto quando um deles rasga meu ventre e o sangue lava o chão branco pela neve.

Por que? Encarei os dois seres na minha frente.

Por que tirou o que era nosso. Eles falaram com ranger de dentes.

Eu apenas amei, nenhum mal lhes fiz. Falei sentindo meu corpo ser esmagado.

Esse foi seu maior pecado, amar! Tudo acabou...

....

Louis! Louis? Amor? Escuto alguém me chamar e abro os olhos.

Já chegamos, Lou... Cris me disse já em pé.

Mas já? Quanto tempo eu dormi? Perguntei confuso.

10 horas amor, mas finalmente chegamos. Londres nos espera. O homem falou.

O que estava sonhando? Disse Max.

Nada, apenas bobagem. Falei fazendo pouco caso do pesadelo que tive.

Pareceu ser terrível, quase choro pela marca. Disse Max se arrepio todo.

Vamos, temos que descer, o piloto tem que partir. Falou Cris já na porta e assim descemos. Assim que meus pés tocaram o piso de Londres uma onda de frio me atinge, junto dele tristeza e dor que me fazem tremer de medo.

Tudo bem, Lou? Max me perguntou.

Só uma sensação ruim... falei olhando para os lados.

Está seguro conosco amor, somos uma família agora. Disse ele me beijando.

Isso, uma família linda e que vai crescer. Falou Cris passando as mãos em minha barriga já com dois meses de gravidez. Assim chegamos a Londres, com mais de três meses no Brasil fomos quase forçados a retornar pelos rumores de guerra, meus alfas foram convocados e assim deveriam se apresentar ao governo britânico.

É, uma família amorosa e feliz. Eu falei sorrindo. Era assim que deveria ser, uma paixão que era obsessiva agora se transformou em um amor apaixonado um pelos outros, cujos frutos eram esperados com paciência. Dois filhotes lindos e cheios de amor dos seus papais.

Fim...

PAIXÃO POSSESSIVA I [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora