🔸️CAPÍTULO 27🔸️

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🔸️Christopher

Em pleno sábado, um dia antes da noite de ano novo, cá estou eu voltando de uma caminhada que me fazia me sentir um velho cheio de banha, eu andei 17 quilômetros e fiquei cansado nos 5 primeiros, isso era uma humilhação para um alfa como eu, penso em quem um dia eu fui e estar neste físico deplorável é uma merda.

Enquanto passo pela estrada vejo a floresta verdejantes acordar para mais um dia de paz neste lugar que escolhi para viver, os pássaros cantam, os animais saem para caçar, o local onde as árvores crescem e principalmente, um local onde tudo é formado por um silêncio que transborda agitação da natureza, uma agitação natural.

Aos poucos avisto a mansão em tons escuros se erguer na colina, uma prova de que eu sou de fato um ser de gostos diferentes do que os convencionais, espero que isso não seja um problema para certas pessoas. Por pensar nisso eu me lembro que é preciso encomendar alguns itens que faltam para completar o quarto do ômega.

Estou em frente a casa e vejo que a empresa que contratei para fazer a manutenção da cada hi-tech. Vejo a grana e o jardim bem cuidados, a pintura renovada e os vidros trocados por outros a prova de bala, também mandei construir um muro de concreto ao longo da propriedade mas que ficava distante da casa por que isso deixaria a mesma feia parecendo uma espécie de presídio e não era isso que eu queria.

Mandei instalar um novo sistema de segurança na floresta para evitar coisas indesejadas, ter um ômega sozinho em uma casa isolada na floresta exigia cuidados maiores, por isso mandei fazer tudo o necessário para manter a segurança do lugar. Ao entrar na casa noto o quão bom foi o trabalho da empresa, ela de fato era a mais qualificada, tudo estava perfeitamente como pedi, uma casa tecnológica, porém extremamente minimalista.

Subo as escadas e entro no quarto do ômega que amanhã vai estar aqui o ocupando. Ele é grande, tem móveis projetados de acordo com sua altura e gostos que sondei por meio de Kauana que escolheu tudo. O banheiro era moderno e havia uma varanda que dava vista para Londres e a floresta, que nem as janelas de castelos medievais.

Abro o guarda roupas e vejo as roupas íntimas do rapaz, meu desejo só aumentava a cada hora, todo segundo pensava nele e na sua beleza, o ter para mim como meu era minha peça fundamental. Fecho as portas e pelo celular encomendo os itens faltantes, compro aparelhos de estudos, peças de biologia e vários utensílios parecidos para que o menino se encaixe bem aqui, não queria que ele ficasse depressivo por estar neste lugar novo... seria uma grande mudança e o que mais me fazia pensar era como ele iria reagir.

Vou para o meu quarto e tomo um banho bem gelado, depois desço e coloco roupas mais leves e sinto um vazio enorme aqui, ter uma casa grande era bom, mas quando se morava sozinho aos poucos isso se tornava sua maior loucura, não ter ninguém para conversar ou simplesmente conviver era uma espécie de doença que mata aos poucos. Tomo meus remédios e ao abrir a gaveta da última bancada do quarto vejo que os estoques de drogas estão acabando e em breve terei de comprar mais.

Já na cozinha preparo um café simples e admiro a solidão me corroer como a traça. Pego o celular e vejo que a última vez que ele esteve online foi ontem a noite, o que indica que ele está dormindo agora, tento tirar ele da minha cabeça, mas é que nem um espinho que me fura a todo momento indicando a sua existência.

Depois de alguns minutos eu me pego olhando a sua foto de perfil... ele estava deitado na grama e com as mãos por trás da cabeça e os olhos fechados, um sorriso tímido passando por seus lábios revelando seus dentinhos pequenos e brancos... o sol pegava um lado do seu rosto o dando um ar de etéreo, mais parecia um anjo, nada havia de belo além dos padrões de beleza que a sociedade impunha, ele não tinha um rosto perfeito, tampouco era um modelo, ele era ele.

Ser quem ele era era a sua própria e maior beleza, quando se vive o bastante para saber que um rosto bonito pode fuder teu cu a gente aprende a admirar as pessoas normais que vivem por elas mesmas, exercendo a sua própria identidade e personalidade, por que uma beleza simples que pode ser admirada é um ser que não vive na defensiva nem quer nada em troca. Louis não se auto vitimava, nem se comparava com ninguém, nem era soberbo, tampouco invejoso, ele era bom e ser bom para ele não era um esforço sobre humano, e essa era a sua maior beleza.

Olho as fotos do seu perfil no Instagram e cada vez mais eu mergulho nessa ideia de alma gêmea... como um menino desse foi destinado a mim? Alguém frio, soberbo, grosso e totalmente averso a qualquer tipo de afeto amoroso. Isso era uma piada que ninguém poderia rir, era um sarcasmo. A suas ideias eram muito além do que um dia eu poderia imaginar, em seu perfil era lotado de coisas existenciais que nada pareciam com esses Coaching e filósofos falidos que ninguém suporta e que os idiotas seguem, era simples e direto, quase como um soco no estômago.

Entrei no seu privado e fico com os dedos no teclado pensando no que escrver para o rapaz que era mais novo do que eu mais de dez anos, porém parecia vir de um alma antiga de mais de 1.000. Tento escrever uma mensagem, mas eu simplesmente não consigo... apenas escrevo uma breve mensagem o dizendo que amanhã estarei em sua casa para o pegar, a mudança. Envio e deixo o tempo me matar na ansiedade por respostas de alguém que no fundo já fudeo as portas do meu coração e fez morada definitiva.

Continua...

PAIXÃO POSSESSIVA I [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora