Kalina: Romance Caótico

²⁸ Eu não vou fugir

Capítulo 28: Eu não vou fugir

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— Rosinha!!!

Assim que encontrou Alex e Romeu na multidão, Rosalina não pôde conter o sorriso, correndo para abraçar os dois forte o suficiente para sentir-se protegida do mundo inteiro. Desde que se separou dos dois, aconteceu tanta coisa que ela levaria horas apenas para descrever o turbilhão de emoções que sentiu. Seu peito ainda palpitava ao recordar-se da sensação de estar no palco, diante de milhares de pessoas e prestes a fazer a maior loucura de toda sua vida.

A Hartmann não se arrependia de nada, mas olhando por um lado mais crítico, poderia ter dado completamente errado. O ato impulsivo de querer ajudar Karen foi, de fato, arriscado o suficiente para que quase desmaiasse na frente de todos. E, sem dúvidas, se ela ainda fosse a Rosalina de praticamente um mês atrás, realmente desmaiaria. Então, de certo modo, deveria agradecer Gaspar por dá-la tanta coragem.

— Rosalina, que loucura foi aquela! Você subiu no palco! — Romeu disse, afobado, quase chacoalhando os ombros da Hartmann.

— Bom, a Karen tava com alguns problemas, e no calor do momento eu só agi por impulso... — Desviando o olhar, envergonhada, Rosalina mal percebeu quando a cantora tocou seu ombro, ficando atrás dela. — Foi muito ruim?

— Pelo contrário! Foi incrível! — Alex respondeu, ligando o celular e mostrando a tela para ambas. — Tá todo mundo falando disso no Twitter, Tiktok, Instagram... Vocês são o assunto do momento.

— Rosalina de fato me salvou. — Karen interferiu, falando de forma solene. — Não me admira que seu talento tenha sido reconhecido por todos.

— Mas o que aconteceu, Gaspar? — Romeu perguntou, cruzando os braços. — Quase deu pra trás em um negócio importante desses?

Com o questionamento, Rosalina e Karen trocaram olhares. Dúvida foi transmitida, e nenhuma delas parecia querer comentar sobre o ocorrido.

—  Uma das cordas do violão dela saiu. — Pensando em uma alternativa rápida, a Hartmann abriu um sorriso sem graça. — Demorou para arrumarem, e todo mundo tava meio nervoso com a possibilidade dos fãs esperarem demais, então tive a ideia de subir no palco.

— Hm. — Levantando uma sobrancelha, Romeu pareceu duvidar. — Mas ela não toca guitarra e uma caralhada de outros instrumentos em outras músicas? Não podia iniciar o show de outra forma?

— Tinha que seguir o cronograma. — Karen respondeu, seca, e sua testa franziu em irritação.

Rosalina percebeu quando o ambiente ficou desconfortável demais para a Gaspar e Romeu estarem juntos, e temia ter que escolher entre os amigos e a cantora. Uma de suas esperanças para aquela noite era de que ficassem juntos, sem discussões e apenas aproveitando o que Castanheiras tinha a oferecer. Mas aparentemente sonhar era algo reservado apenas para um subconsciente criativo.

Karen suspirou ao seu lado, virando-se para ela com um olhar penoso.

— Irei procurar meus amigos. — Disse, após alguns segundos. Rosalina. Se divirta,

Virando-se de costas, a Hartmann não pôde fazer nada ao vê-la se afastar prontamente. A festa estava lotada, e em todos os cantos pessoas famosas faziam contatos ou davam entrevistas para jornalistas qualificados, e logo essas pessoas notariam nelas. O que aconteceria se Rosalina precisasse dar uma entrevista sozinha?

Ser dependente da Gaspar nunca foi algo bem visto por ela, mas quando se via em situações com essa, Rosalina percebia o quão emocionalmente ligadas estavam. Por sorte, a movimentação gigantesca impediu que todos notassem de imediato que ambas já estavam na festa, mas o que faria isso durar? Querendo ou não, a Hartmann queria ser percebida ao lado de Karen. Queria, pela primeira vez, orgulhar-se de estar do lado dela. Diferentemente de quando tinha problemas com os fãs por se considerar inferior à Gaspar, agora ela se achava, finalmente, pronta para dar esse novo passo.