²⁵ Uma fã comum

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Capítulo 25: Uma fã comum

— Então, Kaká, o que é tão importante que você me fez fechar a cafeteria durante a manhã inteira?

Patrick estava diante de Karen, apoiado no encosto da cadeira de forma desleixada e de braços cruzados. Sua feição era curiosa, e uma de suas sobrancelhas estava levantada.

— Matou alguém e precisa de ajuda pra esconder o corpo? — Julieta se pronunciou rindo, fazendo a Gaspar revirar os olhos.

— Só não surtem, tá bom. — Karen disse, respirando fundo antes de criar coragem o suficiente para pronunciar as palavras corretamente. —  Estou saindo com a Rosalina.

Cinco segundos inteiros se passaram em silêncio. Patrick, Julieta e Téo tentavam digerir a informação sem esboçar uma reação muito espalhafatosa, mas seus olhos os entregavam.

— Certo, Karen, mas você não tava meio que fazendo isso a um tempinho? Tá na mídia e tudo mais... - O Pinheiro perguntou. - Tá precisando de ajuda pra planejar algum encontro que caia na boca do público ou algo assim?

— Sim... Por acaso os planos mirabolantes da Gláucia ficaram fracos e agora tá precisando da gente? — Patrick colaborou com o raciocínio de Téo.

Karen manteve-se em silêncio, olhando para Julieta como sua última esperança no meio dos dois patetas.

— O tipo de sair que você fala... Não me diga que-- A Campos cortou a frase ao meio, esperando que Karen desse continuidade.

— Meu lance com a Rosalina vai além dos holofotes. Na verdade eles estão atrapalhando. — Explicou, surpreendendo ainda mais os garotos na mesa. — Eu estou gostando da Rosa.

— Nem fudendo. — Téo se pronunciou, incrédulo.

— Há! E isso aí Karenzinha, você nunca me decepciona! — Com uma animação além do esperado, o Santana sorriu vitorioso e se virou para Julieta. — Tá me devendo cemzão, hein! Ganhei a aposta. Eu disse que aquele colar não era jogada de marketing!

Dessa vez quem ficou sem palavras foi Karen, que observou Julieta revirar os olhos e tirar a carteira do bolso, passando uma nota de cem reais para Patrick.

— O que exatamente está acontecendo aqui? — Perguntou, já suspeitando dos amigos.

— Apostei com ele quanto tempo levaria pra você cair nos encantos da garota algodão-doce.

— Eu dei menos de um mês, e essa daí disse que seria em três. — Patrick ainda mantinha um sorriso enorme, guardando o dinheiro na própria carteira. — Já li muita fanfic nessa vida pra saber que relacionamento sáfico anda mais rápido que a velocidade da luz. Me surpreende que ainda não estejam casadas e fazendo jantares à luz de velas na praia.

— Droga! Por que não me chamaram pra aposta? — Téo interferiu.

— Você passa mais tempo tentando conquistar a Lívia de novo do que com a gente, Téo, foi mal. — Julieta deu de ombros.

— Vocês são um bando de imbecis. — Massageando sua têmpora, Karen não devia ter esperado aquele tipo de comportamento do grupo, mas não pôde deixar de ficar irritada. — Foda-se a aposta. Rosa tá vindo para cá com aqueles dois que estão sempre com ela.

— Oi? — Patrick franziu a testa. — Calma lá, Karen, como assim?

— Se vocês me deixassem falar em vez de ficar discutindo sobre apostas sobre mim, eu já teria explicado. — Disse, soando mais grossa que o costume. — Rosa quer conhecer vocês, meus amigos, e ao que parece os dela também.

Kalina: Romance CaóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora