Kalina: Romance Caótico

¹⁸ É real

Capítulo 18: É real

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Em um piscar de olhos Rosalina estava no chão. Suas costas doíam, suas pernas estavam fracas e seu corpo sustentava um peso quase proporcional ao seu. Seus olhos umedeceram por conta da dor em sua testa, que superou qualquer outra que sentia.

Karen segurava o violão quando se desequilibrou e caiu sob a Hartmann, e apesar de tentar desviar a rota do objeto, isso não impediu que a ponta atingisse Rosalina na cabeça.

Seus olhos se encontraram em um espaço curto. Pânico, desentendimento e culpa preenchiam suas pupilas dilatadas em nervosismo. Nenhuma delas se moveu imediatamente, mantendo o contato visual por segundos antes de perceberem a proximidade de seus corpos, praticamente colados um no outro. Karen sustentava um pouco do próprio peso com uma das mãos na lateral do corpo, mas não era o suficiente para se afastar, mesmo que minimamente, do calor de Rosalina.

Winnie, a responsável por tal catástrofe, latia na direção delas como uma cadela raivosa, mas logo desistiu de sua tentativa de dizer qualquer coisa na linguagem canina e saiu correndo pela casa.

A Hartmann podia ouvir uma vibração aguda nos dois ouvidos, e a dor na testa só aumentava conforme o tempo passava.

- Me desculpe... - Finalmente criando coragem para se levantar, Karen se desculpou com uma voz fraca, oferecendo a mão livre para ajudar Rosalina a sair do chão. - Sua testa... Precisamos cuidar disso.

Nenhuma palavra foi dita sobre os segundos que ficaram se encarando, estáticas, inertes demais nos olhos uma da outra para pensarem em qualquer coisa. No momento em questão, a streamer sentiu suas bochechas esquentarem, e teve quase certeza de ter visto o mesmo rubor na Gaspar, e se não fosse pelas lágrimas que borraram sua visão, ela teria confirmado sua dúvida.

- Não foi sua culpa. - Respondeu, ainda sentindo o coração batucar forte contra o peito. - Eu tenho um kit de primeiros socorros. Vou ficar bem.

- Pode ter sido grave. É melhor ir ao hospital. - Karen manteve o semblante inexpressivo, mas seus olhos entregavam toda a preocupação não exposta. - Vou levá-la e-

- Kary, tá tudo bem. - Confirmou mais uma vez, abrindo um meio sorriso. - Se quer tanto me ajudar, pode fazer um curativo normal.

Manter a compostura nunca aparentou ser tão difícil antes, mesmo quando sair com Karen ainda era uma completa novidade para Rosalina. Suas palavras saiam firmes, mas seu coração latejava tanto que doía como o vermelho em sua testa.

O que ela deveria fazer agora que uma de suas pessoas favoritas do mundo estava em sua casa? Ali, de pé, emprestando toda a sua preocupação e tempo para ela e unicamente ela. Em outras palavras, Rosalina estava trabalhando arduamente em seu subconsciente para não desmaiar ou explodir de alegria novamente. Por sorte, o machucado serviu como um bom analgésico para toda a sua euforia.

Karen caminhou para deixar o violão no sofá, acompanhando a Hartmann com o olhar até que ela se perdesse no corredor. Quase um minuto depois, Rosalina voltou com o kit de primeiros socorros e o mesmo sorriso singelo de antes.

- Eu faço isso. Sente-se. - Soando mais como uma ordem do que um pedido, a Gaspar mantinha olhos intensos, quase hipnotizantes.

Sem nem mesmo questionar a streamer cedeu e sentou-se no sofá.

Com atenção e cuidado, Karen limpou a testa de Rosalina com um spray para o pequeno corte no centro da vermelhidão não infeccionar. Não havia sangue, mas com a aflição da Gaspar parecia dizer que existia.