¹⁷Sentimentos em conflito

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Capítulo 17: Sentimentos em conflito

Karen, desde que estourou no mundo musical, raramente arranjava tempo, ou vontade, para sair com seus amigos. De certo modo, na maioria das vezes cuja tinham algum encontra casual a Gaspar era levada a força, resultando na exposição de seu humor mal humorado com peso, o que era uma conquista tratando-se da sempre cara fechada Karen Gaspar.

Então, quando acordou às exatas sete cinco da manhã, depois de ter pegado no sono quase às três da madrugada, por conta da música telefônica irritantemente alta configurada para ligações, seu primeiro instinto foi berrar contra o travesseiro e proferir algumas palavras odiáveis para Julieta, a pessoa que aguardava a ligação ser atendida.

E piorou ainda mais assim que, reunindo todo seu bom humor, inexistente, matinal, Karen atendeu a chamada e ouviu do outro lado uma voz surpreendentemente receptiva cheia de palavras doces para convencê-la a sair com todo o grupo àquela tarde. A ideia era botar os assuntos em dia, fofocar e distrair-se do mundo artístico, o que não era ruim, realmente.

Mas se o aguardado encontro aconteceria à tarde, qual a necessidade de avisá-la às seis da manhã?!

Com uma expressão fechada, Karen recusou o convite com um não grosseiro, e estava prestes a desligar a ligação e voltar-se a afundar nos travesseiros se a insistência de Julieta não cortasse sua linha de raciocínio.

— Você abandonou a gente pela Hartmann, Karen. Precisa aparecer pelo menos nos encontros em grupo. — A Campos disse, um tanto chateada.

— Quer me lembrar quem me convenceu a sair com a Rosalina, para começo de conversa? — Revirando os olhos, a Gaspar sabia que não conseguiria voltar a dormir naquele ponto, então se levantou e calçou os chinelos. — E já não saíamos antes. Isso não tem a ver com ela.

— Que seja. Você precisa passar um tempinho com a gente. Julieta não aceitava derrotas, e os nãos de Karen eram seus rivais naturais. — Ou você vai por boa vontade ou mando Patrick te sequestrar.

— Gosto da ideia de tornar vocês dois criminosos. Boa sorte. - O sarcasmo explícito na frase arrancou um resmungo da Campos. - Mas não vou visitar nenhum dos dois na prisão.

— Esteja pronta às uma, Karen.

No fim, a cantora fora, novamente e sem surpreender ninguém, retirada de seu apartamento a contragosto por Patrick Santana. E agora se encontrava nas mesas do fundo de um restaurante familiar característico para os encontros do pequeno grupo. Bem escondidos, todos podiam ser eles mesmos sem serem incomodados por fãs desocupados.

Com as sobrancelhas franzidas em indignação, Karen observava calada seu bando de idiotas interagirem entre si. Lívia arranjou uma parceria com uma marca famosa, e aquilo possivelmente elevaria sua carreira de modelo. Téo ia competir em um campeonato nacional de esportes. Julieta iria participar de um campeonato de skate. Patrick recebeu a visita de um chef renomado em sua cafeteria, e depois disso a clientela dobrou.

Querendo ou não, eram assuntos já esperados, porém ainda assim emocionantes e a Gaspar sabia que cada um de seus amigos tinha se esforçado o dobro para chegar onde estavam.

— Mas e você, Kaká, como andou? —Mudando o tópico de forma repentina, Patrick lançou-lhe um olhar curioso, tal como os outros.

— Tenho quase certeza que envolve a princesinha rosa. — Julieta disse, olhando-a fixamente.

— Rosalina? - Téo perguntou, levantando uma sobrancelha. — Por que?

— Não sei. Mas tudo na vida dela tem girado em volta dela nas últimas semanas. Não me surpreenderia se fosse o caso. — A Campos explicou.

Kalina: Romance CaóticoOnde histórias criam vida. Descubra agora