Capitulo 26

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Acordei na manhã seguinte com meu estômago roncando, meus olhos fitaram o teto do meu novo quarto, a escuridão me rodeava mas ainda assim pude ver cada detalhe dos arabescos incrustados em bronze no teto.

Uma das vantagens de ser feérica, inútil no entanto.

Suspirei pesadamente enquanto me desenrolava dos cobertores macios, meus pés tocaram o chão frio enquanto eu me arrastava até o banheiro.

Liguei a torneira e deixei a banheira encher enquanto ia até o guarda-roupa e selecionava minhas vestes de hoje, uma larga calça cinza com linhas prateadas bordadas na bainha que subiam pelos lados e uma camiseta igualmente cinza curta que deixava minha barriga amostra.

Caminhei até a grande janela do quarto e afastei as cortinas pesadas para ver a vista do lado de fora.

O céu brilhava em tons laranja e rosado, as nuvens se mesclavam entre si e uma bela pintura se formava no céu da manhã, olhei para baixo e percebi que estava muito acima do chão, um forte desejo de simplesmente pular janela abaixo até chegar ao chão passou por meu coração mas foi afastado quando ouvi a banheira ameaçar transbordar.

Segurando as peças de roupas no braço fui até o banheiro e fechei a porta, fechei a torneira e coloquei minhas roupas sobre a pia enquanto me despia.

A água da banheira estava morna e meu corpo afundou rapidamente contra a borda fria, um som parecido com um ronronar satisfeito saiu por minha garganta enquanto eu relaxava meus músculos tensos.

Não me demorei no banho, me lavei de cima a baixo com um sabonete que cheirava a jasmim e escovei meus cabelos soltos com poucos nós nas pontas, quando terminei me sequei calmamente e me vesti.

Procurei por algum par de escova de dentes extra nas gavetas do armário e encontrei dois pares junto a pasta de dente, escovei meus dentes calmamente e lavei meu rosto com a água fria da torneira da pia.

Já pronta saí do banheiro e fui até a grande janela, procurei pelo trinco da fechadura e abri as grandes portas de vidro da janela, o vento frio da manhã beijou meu rosto e uma sensação de frescor correu pela minha pele.

Me inclinei no parapeito da janela e olhei para baixo, do meu alcance de visão pude ver pessoas caminhando pelas ruas, crianças rindo e brincando pelas calçadas, lojas abertas e brilhando com luzes acesas.

Um cheiro de bolo de chocolate subiu pelo ar e entrou por meu nariz pude sentir meu estômago se apertar em resposta e calmamente me virei e caminhei até a porta do quarto.

Meus pés descalços tocavam o longo chão do corredor vazio, notei que duas portas no corredor próximas ao meu quarto possuíam o cheiro de Nestha e Elain, e pude ouvir o som de Elain fungando junto ao som das mãos de Nestha acariciando seus cabelos.

Cogitei ir até elas para conversar, mas tinha quase 100% de certeza de que ambas não abririam a porta. Caminhei até às escadas e desci os degraus silenciosamente, a sala onde Morrigan nos trouxe ontem estava vazia mas pude ouvir o som de talheres na sala ao lado.

Caminhei em direção ao som e parei no batente da porta para observar a imagem à minha frente.

Numa longa mesa de jantar pude ver Morrigan sentada em uma cadeira comendo um grande pedaço de bolo de chocolate com as mãos, vestida com um vestido vermelho longo e decotado que expunha metade de seus seios.

Ao seu lado estava Rhysand, com olheiras terríveis sobre seus olhos, pude sentir um cheiro salgado vindo de seu rosto e soube que ele passará a noite anterior chorando.

Ele bebia uma xícara de chá preto e mordiscava ocasionalmente uma torrada.

E em frente a ambos estava uma fêmea baixa, com cabelos pretos curtos e unhas afiadas que segurava uma taça de…sangue?

Corte de sacrifícios e vinganças Onde histórias criam vida. Descubra agora